Assim como não acredito em certo e errado, quero evitar classificar um ano em bom ou mau.
domingo, 26 de dezembro de 2010
Honestamente
Assim como não acredito em certo e errado, quero evitar classificar um ano em bom ou mau.
domingo, 21 de novembro de 2010
Oh god
SEXO.
e RELIGIÃO.
Semana passada me vi numa rodinha de amigos conversando sobre o segundo assunto, já que o primeiro, por ser o mais especulado, todo mundo já sabe tudo de todo mundo.
Sou conhecida pelas opiniões diferentes e pela (como meu pai sempre fala) "autenticidade", seja lá o que isso signifique pra ele. E sabendo que (como quase sempre) não tenho uma opinião que se mantém com a maioria, uma amiga virou pra mim e perguntou:
"Mas Lívia, você não acredita em Deus?" e em seguida, "Tá, mas você reza?".
Não estou aqui escrevendo sobre esse assunto com o objetivo de convencer alguém ou fazer propaganda, ou até mesmo desacreditar ou confundir. Nada disso. É apenas uma reflexão aberta sobre minhas crenças.
Aproveito esse espaço, porque, pelo motivo que verão a seguir, esse não é um assunto de que eu fale muito. Na verdade quase não falo sobre isso. Nas poucas vezes que falei me senti meio "a estranha", mas tudo bem. Aí vai.
Eu não tenho religião.
Não, eu não me considero atéia.
Acreditar em Deus? Não sei.
Sim e não.
Se eu rezo?
Não eu não rezo.
Mas sim, eu me comunico, eu me expando, eu confraternizo.
Fui criada em uma família católica.
Fui batizada, fiz catecismo e primeira comunhão.
Odiei fazer.
Lembro até hoje da minha primeira e única confissão.
Me senti uma prisioneira se confessando pra acabar na pena de morte.
Uma das perguntas horríveis do padre, pra mim, uma menina de 11, 12 anos, foi se eu já tinha beijado algum menino.
Eu achei aquilo tão absolutamente cruel e ignorante.
Disse a verdade, que sim.
E levei muitas "ave marias" pra rezar em casa, porque era pecado.
Meu nojo pela igreja católica havia começado.
Recusei a crisma. Como sempre causando polêmica na família.
Fui em igreja evangélica.
Frequentei centro espírita.
Conheci muita gente da umbanda.
Estudei Wicca, bruxaria verde.
Li a bíblia.
E li "O código DaVinci".
Eu não acredito na Bíblia.
Pra mim ela foi escrita por homens com interesses políticos. Apenas isso.
Depois de tudo chego hoje a uma conclusão muito pessoal.
Deus não criou nada.
Nós criamos Deus.
Acredito que as pessoas precisam buscar uma explicação para aquilo que não conseguem entender.
Acredito que para muitas delas viver somente a vida, sem ter uma esperança por algo maior, uma crença por algo que não se pode ver, mas que elas podem pedir ajuda e confiar que tudo dará certo, seria terrivelmente desesperador.
Ver que é simplemente isso, que você é apenas você, e a Terra é apenas a Terra e não existe nada maior tomando conta, ou cuidando de você, ou traçando sua missão, ou te esperando no paraíso, é uma ação bruta que a maioria das pessoas não aguenta.
Elas criam Deus porque precisam acreditar em algo maior.
Porque só a vida não basta. Porque a dor e o desespero as toma.
E o que eu acredito?
Bem, eu acredito realmente em muitas coisas.
Eu acredito em mim.
Eu acredito na energia. Uma energia equivalente ao Deus de algumas pessoas.
Eu acredito imensamente no universo e na energia que nos une.
Eu acredito nos animais.
Acredito na natureza.
Acredito na água, nas frutas.
Acredito no meu corpo, no fogo, na terra e no ar.
Acredito nos peixes e nas pedras.
Acredito na vida e não na morte.
Acredito em me alimentar de vida.
Acredito no cristal.
Acredito no olfato, no paladar, na visão e no tato.
Acredito nos meus sentimentos.
Acredito na minha coluna e nos meus pés.
Acredito que toda ação que pratico tem uma imensa interferência na minha vida e na vida dos outros.
Acredito que tudo está ligado. Minha ações reagem com o universo.
Eu não rezo, mas eu falo comigo mesma, e falo com o cosmo.
Eu não acredito em Deus, mas eu acendo velas porque gosto do sentir o fogo e o cheiro.
Eu não acredito em pecados e punições. Mas eu mesma julgo minhas ações pelo que penso.
Eu acredito na vida, sou vegetariana e não me alimento da morte.
Eu acredito no gosto do vinho e na embriaguez, que nos leva a novos sentidos e visões.
Acredito no gosto do beijo e do sexo.
E não sinto culpa no que acredito.
Sinto prazer.
Acredito no prazer.
Semana passada, no fim da tarde eu estava na minha sacada treinando claves de malabares.
A energia que sinto quando jogos claves, o corpo expandido, a rápida percepção, o ritmo, o contato com o universo. Isso pra mim é Deus. Eu me sinto bem. Viva.
Passei horas lá. Sentindo. Aproveitando.
E recebi um milagre.
Começou a chover.
Eu continuei.
E esperei a chuva me ensopar.
Fiquei jogando malabares cada vez mais rápido, cantando na chuva.
Isso pra mim é Deus. É reza. É tudo o que pensam de religião.
Essa é minha religião.
Deus está na chuva.
A chuva se tornou tempestade e durou horas.
E eu corri, gritei, pulei e me deitei no chão.
Jurei receber o milagre até a chuva passar.
Cumpri.
Apenas voltei pra dentro quando a chuva passou. Esperei a última gota.
A liberdade que devora meu corpo é Deus.
Ontem mesmo.
Uma noite quente.
Depois da meia noite peguei meu violão, que estou começando a tocar.
Esse violão meu avô, o nono, que eu tanto amava, deixou pra mim antes de morrer.
E agora, depois de anos, chegou o momento deu aprender a tocá-lo.
Aprendi algumas músicas.
E ontem em especial uma que eu amo. "Esconderijo", da Ana Cañas, que motivou meu último post aliás.
Meu pai me falava quando eu era criança, que os mortos viram estrelas.
Que se um dia ele não estiver mais comigo, basta eu olhar no céu para ver ele na mais linda estrela. Pedir ajuda ou sentir o carinho. No Rei Leão isso também é falado, rs.
Sou do signo de Leão e meu pai acha isso especial.
Ele sempre cantava "Leãozinho" do Caetano Veloso pra mim.
Então ontem eu fui na minha sacada meia noite.
Não tinham estrelas no céu, mas imaginei meu avô.
E toquei a canção que aprendi pra ele. Pra ele e pro universo.
No final da canção uma nuvem se foi, mostrando uma única linda estrela.
Ontem eu toquei uma música pro meu nono, no violão que ele me deixou.
Isso pra mim é Deus.
Não eu não rezo pros mortos, nem acendo velas, nem acredito em céu, inferno, Apocalipse e afins.
Mas eu sou capaz de sentir o amor de meu avô, conversar com ele e lhe mostrar a música que aprendi com tanto carinho.
Deus pra mim não existe.
Eu sou Deus, vivo Deus e respiro Deus.
Sinto-o ao tocar uma música, aos aplausos de fins de espetáculos, levando meu cachorro pra passear no parque e me emocionando com um livro.
Energia me gere e me basta.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Esconderijo
Beijos.
Indescritíveis.
Como falar sobre o que se sente no momento do toque.
Das sensações. Sonhos.
Respiração.
Já tive muitos beijos.
Muitas bocas.
Lábios.
Diferentes.
Rápidos.
Sufocantes.
Calmos.
Doces.
Felizes.
Tristes.
Sonhadores.
Com vontade.
E sem vontade também.
Eróticos.
Quentes.
E frios, porque não?
Muito fortes.
Fortes demais.
Leves.
Mordidos.
Carinhosos.
Gosto.
Gosto de gostar de beijos.
Alguns sinto tanta falta.
Uma falta infinita.
Insaciada.
Outros nem tanto.
Mentira se disser que lembro de todos.
Lembro do gosto.
E lembro do toque.
Na verdade não é nada.
Só lembrar de beijos.
Enquanto escuto Ana Canãs no velho toca CD do meu lado.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Parto do parto
É engraçado como minha memória arquiva as pequenas sensações, cores. E não os fatos em si.
Mas era o tempo, no começo era ele.
O começo era verde. Tão verde como a grama. Nem seca nem viva.
Lembro das tardes, muitas tardes. Nem tão felizes.
Lembro do som das risadas e das canetas.
Lembro do verde, aquele mais escuro bem a minha frente.
Também lembro dos cartõezinhos.
Lembro dos tatu-bolinhas. Sim, dos tatu-bolinhas e do vermelho em quatro rodas.
Lembro do boné e lembro do xadrez.
Lembro do cheiro de coisas novas.
Recordo a brisa leve no rosto e um sorriso mais alto.
Mais tarde era ócio.
O ócio sempre ativo.
Lembro do cinza. Que diferente de muitos cinzas era um cinza feliz.
Lembro das pedrinhas e do pó.
Lembro do azulejo amarelo e lembro das mentiras deliciosas.
Lembro da liderança e da incompreensão.
Lembro de um cachorro gigante e da minha imaginação.
Lembro bem dos olhares e lembro da vida-dupla.
Também lembro da música e do papel riscado.
Lembro do som das notas e dos patins quebrados.
Recordo o cheiro do chão. Cimento maltratado.
O que recordo é sempre vago.
Cores e formas em meus olhos.
Quase sem significado.
Algo distante, daquele distante que é bem leve.
Até que nasci.
A maioria das pessoas nascem apenas uma vez.
Eu sei que posso mais que isso.
Não sei se é bom ou ruim, mas é verdade.
Não me importo com o que pensam, eu posso nascer de novo e tenho o controle disso.
Eu nasci duas vezes até hoje. Estou em busca da terceira.
Do primeiro nascimento lembro do abraço.
Bem quente. Hoje ele é frio e cheio de saudade.
Saudade até do futuro que nem vem.
Lembro apenas das cores, cheiros e sons.
Nada mais.
Sei que o tempo entre o meu primeiro e segundo nascimento estava realmente com pressa.
Não parou nenhum momento.
Correu, correu e não descansou.
Lembro que ofereci água. Tentativa falha de distraí-lo. Mas não adiantou.
Em seguida tentei chocolate, chiclete e bala. Nada.
Minha última tentativa foi o beijo. Negou.
Correu e até voou.
Do segundo nascimento me lembro do som das canecas de metal.
Minhas lembranças são um pouco mais vivas.
Mais claras e nítidas.
Um tico mais presentes.
Me lembro da manteiga não comprada.
Lembro da madeira e da cortina preta.
Lembro do mestre e lembro da energia.
Lembro de todos.
Recordo do tom da voz.
Recordo do corpo estranho e dos corpos estranhos.
Lembro do sabor do beijo. Dessa vez o tempo aceitou.
Claro que não por muito tempo, mas ele descansa comigo agora.
As vezes me acorda de noite pra dormirmos juntos.
Lembro do tesão que nunca mais me abandonou.
Recordo do gosto do novo.
O gosto da uva.
Lembro de caminhar entre panos.
Viver depois do meu segundo nascimento foi totalmente diferente.
Na verdade, acho que VIVER, no sentido inteiro, completo, ninguém no mundo viveu.
E ao mesmo tempo, todo mundo.
Mas sei que cheguei muito mais perto de sentir a dádiva de viver após meu segundo nascimento.
Sou grata por ele. Eternamente grata.
Não gostaria de estar viva sem ter nascido de novo.
Nascer é um processo difícil.
De luta por dentro.
Dói. Sangra. Sofre.
Por isso muitas pessoas escolhem nascer somente uma vez.
No sentido cronológico da coisa foi assim.
Decidi que queria nascer de novo. E lutei. Ah lutei.
Essa gestação durou pouco mais dos típicos nove meses.
Cerca de de um ano e pouco. Não me recordo ao certo.
As formas, cores, gostos e sons tomaram outra proporção.
Tudo mudou.
Vivo meu segundo nascimento.
Ele tem um gosto maravilhosamente ardido e apimentado.
Doce e sensível.
Quente e salgado.
As vezes se torna frio, frívolo e congelado.
E de vez em quando corre como o diabo.
Nasci de dentro de mim.
Eu sei que meu segundo nascimento é o meu lugar!
E a ele vou eternamente pertencer. Minha alma estacionou lá.
Estou namorando a ideia do terceiro nascimento. Esse é bem curioso na verdade.
Não o vejo tão importante quanto o segundo. Passa longe disso. Mas o quero mesmo assim.
Nascer viver transformar morrer.
Eu sei que gosto do gosto.
Do toque de Agosto.
Sou capaz de seduzir o tempo se for preciso.
O beijo quente, úmido, arisco.
O pé marcado a fé com fogo.
O brilho gostoso.
Do inevitável amado forçoso.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Definitivo
tido junto e não tivemos,
mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
Carlos Drummond de Andrade
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Corre Cotia
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Lunachicas!
Trabalho realizado pela Trupe Lunachicas na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorreu do dia 11 ao dia 22 de agosto.
A trupe é originalmente formada por:
Jessica Miranda
Karine Bertagnoli
Lívia Lunardi
Melca Medeiros
Nosso email: trupelunachicas@gmail.com
Siga-nos também no twitter: www.twitter.com/TrupeLunaChicas
sábado, 24 de julho de 2010
Reflexo e reflexão
Na cama ao meu lado, a senhora está deitada, debilitada, respirando com ajuda de um aparelho de oxigênio.
Estou sentada num sofazinho.
Verde.
Verde bem claro.
Minha bolsa do lado. Aberta. Saindo dela "A menina que roubava livros".
O marcador na página 19.
Esse livro começa com um prólogo da Morte.
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Olho para o rosto da senhora.
Bem pálida.
Ela está dormindo. Respira com dificuldade mas quase não se mexe.
Ela está tomando uma medicação injetável.
O soro cai numa velocidade média.
Gota por gota.
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A televisão está desligada. Olho e vejo o reflexo da senhora, meio escuro.
Parece mais triste o reflexo do que a visão.
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Presto atenção nas marcas na pele dela.
Marcas de idade.
A pela enrrugada, as manchas.
Cabelos muito brancos, já compridos de tanto tempo internada.
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Pego a mão dela. Noto a semelhança da mão dela com a minha.
Meu sangue.
Se não fosse aquela senhora eu não estaria viva.
E quando eu for a senhora na cama?
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Senti pena.
Senti dó.
Senti dor.
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Desejei nunca ter que passar por isso.
Por enfermeiros trocando fraldas, por dependência da família, por falta de saúde, por comida na boca e dentaduras sujas.
Passar, talvez últimos dias num quarto verde claro.
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Minúsculo.
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Naquele momento senti medo.
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Lágrimas escaparam e eu logo as sequei.
Vi que existe um limite onde podemos ou não controlar nossas vidas.
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Mais tarde chegaram visitas.
Eu não prestei atenção na conversa.
Pensava em outras coisas.
Mas prestei atenção numa coisa.
No momento da despedida.
Na oração feita fervorosamente, para aquele que segundo a crença em questão tinha o poder de mudar aquela vida.
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Não temos o controle total de nossas vidas, sabendo disso as pessoas buscam aquele que tenha, porque acreditar que o controle disso não pertence a ninguém é muito doloroso.
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Não temo por heresias.
Não temo por pecados.
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Algumas horas depois eu me encontro na saída do hospital, sentada num degrau de pedra fria e dura.
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No meu lado encontra-se um anão.
Um anão vendendo biscoitos.
Biscoitos por R$ 2,40.
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Eu já havia conversado com ele.
Uma boa pessoa, que assim como a senhora, de formas diferentes, perdeu o controle de sua vida. .
Há também, na minha frente um homem de meia idade, que está limpando o chão de sua lanchonete.
Ele está somente com uma bermuda.
Está uma noite fria.
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São 21:30h.
A bermuda era vermelha.
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Não acredito que aquele tenha sido o sonho de sua vida, mas ele estava lá de qualquer forma.
O anão foi até ele, e ambos ficaram conversando por um momento.
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Eu tenho muito respeito por todas as pessoas.
Faz parte da minha ideologia.
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Faz parte de ser quem eu sou.
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Todas elas pra mim valem muito.
Todos os tipos, todas as esquisitices humanas.
Todos os defeitos. Todo o submundo.
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Não sei se terei respeito por mim se tudo der errado e eu perder o controle de tudo.
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Tenho medo do tempo. Ele me apavora.
Tenho medo do meu corpo não me aguentar.
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Quero guardar o mundo em mim, e me sinto tão cheia de todos os tipos de coisas que não sei se terei todo esse espaço.
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Me sinto sempre a ponto de uma explosão.
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Agora eu entro novamente no quarto de hospital verde claro chato.
Me aproximo para dar um beijo de tchau na senhora.
Suas mãos me procuram desajeitadamente.
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Na sede.
No anseio.
Na ânsia.
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Ela não tem vontade de me ver ir embora.
Realmente, fica um nó ao cruzar a porta.
Senhoras.
Tempos.
Mortes.
Anões.
Idéias.
Orações.
Biscoitos.
Livros.
Lanchonetes.
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Noites frias.
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Tudo dentro de mim.
Explodindo.
Hoje.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Só isso
Eu.
Só isso.
Em essência.
Ao máximo impossível.
domingo, 27 de junho de 2010
Um pouco da minha vida no Moulin Rouge
Where is all my soul sisters?
Let me hear your flow, sisters
Hey sister, go sister, soul sister, flow sister
Hey sister, go sister, soul sister, go sister
Step out into the street
Where all of the action
Is right there at your feet
Well...
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Pra mim
Corpo.
Sugador de experiências que sou.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Ninguém
Todo Mundo / Alguém / Qualquer um / Ninguém
Todo Mundo é Alguém
Ninguém é Ninguém
Todo Mundo quer ser Alguém,
Mas não um "Alguém Qualquer Um", um "Alguém Alguém"
Afinal, quem gostaria de ser.... Qualquer Um?
Um Ninguém?
E nessa luta de Todo Mundo querendo ser Alguém
Qualquer Um passa a ser Ninguém
Mas essencialmente, o que é ser Alguém?
Afinal de contas Todo Mundo é Qualquer Um!
Qualquer Um?
Ninguém
Texto feito com base no texto "Das Expressões", para exercícios cênicos com direção de Guilherme Santanna, no curso de Teatro da Universiadade Anhembi Morumbi.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Palavra
Fazê-la, vivê-la, senti-la
Entender e mergulhar na sina
Uma lágrima, um riso
Uma verdade de mentira
Nossa estrada perdida
Brincadeira atrevida
Vida.
Entre pessoas e conflitos, laços e sorrisos
Abraços e suspiros, bonecos indecisos
Vida.
A vida exposta, exibida
Realidade distorcida
Aquela que canta, encanta, entristece e anima
Aquela, que enfim, no palco se firma
Retratada, escolhida
Estudada, desenhada e vivida
A vida de se imitar a vida
E viver sempre novas vidas revividas
O ato.
Ar de viver.
Vida correspondida.
Exercício feito com supervisão do diretor Guilherme Santanna, no segundo ano de teatro da Universidade Anhembi Morumbi.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Asa Delta!
No último sábado, realizei mais um vôo de asa delta, em Caraguatatuba, e devo dizer, maravilhoso!
Mais uma vez Samuel pilotou, e foi demais!
É impossível descrever a sensação de voar.
É algo que todo mundo deveria fazer antes de morrer.
Então, se você nunca vôou, pode colocar na sua lista de coisas pra fazer antes da morte que você não vai se arrepender.
Inexplicável.
Maravilhoso.
Links dos vídeos disponíveis no youtube:
Voando - Asa Delta
Asa Delta -vôo duplo - Samuel e Lívia - Caraguatatuba
Aí estão algumas fotos dessa experiência perfeita!
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
5:28 AM
Busco por sonhos que sempre enchem meus olhos de água e sal.
Busco por uma sede que não é saciada.
Busca a maré que leva e não percebe.
Quero atitudes que não aguento.
Quero verdades que se desmancham a minha boca.
Quero tornar as mentiras simples lembranças.
Quero respirar na água.
Só sei que as coisas mudam. As pessoas mudam.
Sei que somos muito menos verdadeiros do que gostaria que fôssemos.
Sei que vc me mantém prisioneira, e me acorrenta.
E sei que essa não é a sua intenção.
Sei e entendo que quanto mais tentamos esclarecer as coisas, mais confusas e embaçadas elas se tornam.
Não entendo o que escrevo ou sinto.
Passei pelo entender o desentendimento das coisas.
Tudo claro. Tudo embaçado.
Sei que aconteceu.
Sei que lembranças e rabiscos estão lá para mim.
Não sei o quanto isso é bom.
Não sei o que acontecerá.
Não sei se palavras me bastam.
Cartas, telefonemas.
Cinemas, bebidas e olhares.
Beijos, e não-beijos.
Um dia, um abraço.
Um dia, um toque.
Um dia que não volta. Voltará?
Sei que um dia...
Algo mudou.
Alguém surgiu.
Aconteceu.