"Um caminho que se percorre não com pernas, mas com coração. E onde o único desafio que vale, é percorrê-lo por inteiro."


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Olhos

O olho é um teatro por dentro.
E às vezes, sejam atores,
sejam cenas,
e às vezes, sejam imagens,
sejam ausências,
formam, no olho, lágrimas.

Cecília Meireles

terça-feira, 20 de maio de 2008

Noite fria, quente por dentro

Ontem a lua brilhava... Sua luz irradiava e iluminava as nuvens lá no alto.
As nuvens? Elas brincavam de formar desenhos... Brincavam de confundir a nossa imaginação.
O vento soprava forte... cortante. Deixava o rosto avermelhado. Com aquela sensação de inverno que se aproxima.
O céu parecia querer brincar de nos confundir. Brincar de poesia com a nossa cabeça.
Mas estávamos lá. De mãos dadas. Parecia que o tempo iria parar de passar naquele segundo.

Enquanto isso, lá em baixo os carros passavam. Correndo, com pressa de chegar. Porque para eles o tempo passava rápido. Diferente do nosso tempo. Cada um tem um tempo só para si.

Então bateu aquela vontade. Sabe quando você está no alto, e olha pra baixo... Você vê as ruas e os carros. Olha pra cima e só vê o céu. Nós estamos lá. Intermediando entre eles. Não éramos nem as pessoas nos carros, apressadas. Tampouco éramos o céu.
Aquela vontade de novo. Subimos e lá paramos. Olhamos ao redor.
A vontade mais forte agora. A vontade de voar.

De abrir os braços e voar pelo mundo. Voar do seu corpo. Voar da vida. E voar para a vida.
Abrimos os braços e olhamos tudo.
Somente a lua nos vigiava. Já não havia mais nuvens perto dela.
Parecia que ela gostava de nos ver. Ali com os braços abertos. A impressão que dava era que ela queria tanto nos ver, que tirava as nuvens de perto. Para não atrapalhar sua visão.

O mundo brincava com a gente. Brincava com nossas vontades. Nossas sensações.
O vento fazia aquele uivo suave, e nos bagunçava os cabelos. Os carros não notavam. E a lua observava.
Tudo estava lá só para nós. E o abraço quente nos aqueceu.
Era a certeza de que sempre estaríamos lá. Um para o outro.
O vôo não aconteceu fisicamente. Mas aconteceu de um outro jeito.

Do nosso jeito.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

domingo, 11 de maio de 2008

¬¬


''(...)

- E o que você faz? Você estuda?
- Sim. Eu estudo Teatro.
- Teatro? Que legal! Melhor eu pegar o autógrafo logo antes que você vá fazer as novelas da globo né?? (...)''


¬¬
''(...)
- É que é diferente! O meu curso eu tenho que estudar sabe? Ler muitos livros, estudar muito o corpo e as doenças... Tem que estudar muito mesmo!
- Mas eu estudo teatro!
- Mas teatro não é esse estudo! Teatro é só você decorar as falas e falar alto na hora! (...)

¬¬

''(...)
- Eu já imaginava! Teatro... Toda mulher que faz teatro é puta, e todo homem é gay! (...)''

¬¬

----> ninguém merece não? ¬¬

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Nordestina

Caminhando para Nordestina...

Jesus no Xadrez

Começando a pesquisa...
Entrando no clima:

No tempo em que as estradas
Eram poucas no sertão
Tangerinos e boiadas
Cruzavam a região
Entre volante e cangaço
Quando a lei
Era a do braço
Do jagunço pau-mandado
Do coroné invasô
Dava-se no interiô
Esse caso inusitado
Quando o Palmeira das Antas
Pertencia ao capitão
Justino Bento da Cruz
Nunca faltô diversão
Vaquejada, canturia
Procissão e romaria
sexta-feira da paxão
Na quinta-feira maió
Dona Maria das Dores
No salão paroquial
Reuniu os moradores
Depois de uma preleção
Ao lado do capitão
Escalava a seleção
De atrizes e atores
Todo ano era um Jesus
Um Caifaz e um Pilatos
Só não mudavam a cruz
O verdugo e os maltratos
O Cristo daquele ano
Foi o Quincas Beija-flor
Caifaz foi Cipriano
Pilatos foi Nicanô
Duas cordas paralelas
Separavam a multidão
Pra que pudesse entre elas
Caminhar a procissão
Quincas conduzindo a cruz
Foi num foi adivirtia
O Cinturião perverso
Que com força lhe batia
Era pra bater maneiro
Bastião num intidia
Divido um grande pifão
Que tomou naquele dia
D'um vinho que o capelão
Guardava na sacristia
Cristo dizia:- Ô rapais, vê se bate divagar
Já to todo incalombado
Assim num vô agüentar
Tá cá gota pra duer
Ou tu pára de bater
Ou a gente vai brigar
Jogo já essa cruis fora
Tô ficando aperriado
Vô morrê antes da hora
De ficar crucificado
O pior é que o malvado
Fingia que num ouvia
E além de bater com força
Ainda se divirtia
Espiava pra Jesus
Fazia pôco e dizia:- Que Cristo frôxo é você?!Que chora na procissão
Jesus, pelo que se sabe
Num era mole assim não
Eu to batendo com pena
Tu vai vê o que é bom
Na subida da ladeira
Da venda de Fenelom
O côro vai ser dobrado
Até chegar no mercado
A cuíca muda o tom
Naquele momento ouviu-se
Um grito na multidão
Era Quincas
Que com raiva
Sacudiu a cruz no chão
E partiu feito um maluco
Pra cima de Bastião
Se travaram no tabefe
Pontapé e cabeçada
Madalena levou queda
Pilatos levou pancada
Deram um cacete em Caifaz
Que até hoje num faz
Nem sente gosto de nada
Dismancharam a procissão
O cacete foi pesado
São Tumé levou um tranco
Que ficou desacordado
Acertaram um cocorote
Na careca de Timote
Que inté hoje é aluado
Inté mesmo São José
Que num é de confusão
Na ânsia de defender
Seu filho de criação
Aproveitou a garapa
Pra dar um monte de tapa
Na cara do bom ladrão
A briga só terminou
Quando o dotô delegado
Interviu e separô
Cada santo pro seu lado
Desde que o mundo se fez
Foi essa a primêra vez
Que Jesus foi pro xadrês
Mas num foi crucificado

Chico Pedrosa
Cordel do Fogo Encantado

quinta-feira, 8 de maio de 2008

começo?

Total expectativa.....

Dar o melhor de si...
Ir em frente...
Enfrentar problemas...
Se enfrentar...
Coragem...

Novo processo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O filme do fim de semana foi...

... O segredo de Vera Drake.

Com certeza eu indico!

Sim, é com a Imelda Staunton!

Sim, ela é ótima! Muito boa!

E sim! Foi ela que fez a Umbridge no filme do Harry Potter... rs


O filme se passa em Londres, 1950. Onde Vera Drake é a mãe de uma família ''perfeita''. Carinhosa e atenta com todos. Uma mãe e mulher exemplar. Trabalha como faxineira e é feliz com sua família.

Mas Vera esconde uma coisa da família.

Ajuda mulheres a abortarem. Ela não recebe nenhum pagamento por isso, e de uma forma ou de outra, tem um toque incrível de ''inocência'' que a atriz soube colocar perfeitamente.

Um dia, uma das mulheres que Vera ''ajudava'' sofreu um grave acidente por causa do aborto e quase morreu no hospital. Depois disso, Vera tem seu segredo revelado e a polícia começa a investigação, que acaba com sua vida.

Mutação

Quero...

Nascer de novo a cada dia...
Ser diferente a cada instante...
Transmutar, ser mutante!

Como diria um certo alguém...

''Prefiro ser essa metamorfose ambulante.
Do que ter aquela velha opnião formada sobre tudo.''

Tentar a cada dia ser alguém.
Ser um melhor alguém.

É essa vontadezinha que aparece de vez em quando lá naquele cantinho escondido do seu ser...
Que infelizmente acaba dormindo de vez em quando.

Ter a vontade de fazer mais. Fazer melhor.
Rir, viver, chorar e correr atrás!

Mudar o que está ao redor para se mudar.
Seja com um banho bem quente, uma vela no quarto...
Mude a decoração do seu cenário!!
Cenário nosso de cada dia...

Fazer valer a pena. Se estudar!
Você é realmente o personagem mais importante da sua vida!
Faça-o brilhar!
Se deixe levar!

Viva o agora.
Depois a gente pensa no depois.
A partir de um agora faça tudo o que quiser.

Permita-se.
Conheça-se.
Brinque! Seja a criança de novo.

Não se importe tanto com que os outros pensam de você.
O que é realmente importante é o que VOCÊ pensa de você.

Olhe para o céu mais vezes ao dia.
Dê algumas cambalhotas e ria!


Mude!
Se mude e se deixe mudar!
=)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Novo inverno

Ponto de ônibus.
Centro da cidade.
22:28h

Frio. Chuva.
Pouca Roupa.

Despedida recém feita.

Silêncio.
Ou melhor, barulho.
Barulho do lado de fora, e silêncio dentro.

Como são bonitas as gotas da chuva caindo, quando você as olha contra a luz.
Contra a luz do poste.
Parecem bolinhas, brincando de dançar conforme o vento...
Caindo... Numa queda interminável, que não passa de uma brincadeira.

Do lado, um mendigo dormindo.
Imóvel.
Cru.
A dúvida.
Ele está mesmo dormindo? Ou já se foi?
Mais um que se foi?
Morte.

Luzes dos carros que passam e você nem percebe.
Passam como raios, rápidos e coloridos, mas incolores.
A cor não penetra no consciente.

Frio cortante.
A sensação das mãos duras e geladas.
Você se abraça. Sopra suas mãos e se aquece.
As bochechas vermelhas, coradas de frio.
Aquele frio que você, timidamente, sente um estranho prazer em sentir.

Aí você se lembra do seu cachecol no fundo do armário e do guarda chuva, que você odeia levar junto com você.
Porém, você gosta de sentir as gotas de água que o céu manda caindo no seu rosto vermelho do vento.

Um novo inverno começa a chegar. Mais um.
E você começa a se perguntar o que fazia no último inverno.
O que pensava, com quem estava.
E você sente um misto de vários sentimentos.
Saudade, raiva, alegria, tristeza, melancolia...
E chega aquele estado em que não se sabe mais o que pensar. Ou sentir.
Então você simplesmente relaxa, e sente o agora.
E se concentra nas gotas de chuva e no vento forte que bagunça os seus cabelos.
E você gosta.

Você se sente vivo.

Pergunta

Será que eu fui a única pessoa que não escreveu a primeira postagem de seu blog com o assunto: ''primeira postagem''??