Ontem a lua brilhava... Sua luz irradiava e iluminava as nuvens lá no alto.
As nuvens? Elas brincavam de formar desenhos... Brincavam de confundir a nossa imaginação.
O vento soprava forte... cortante. Deixava o rosto avermelhado. Com aquela sensação de inverno que se aproxima.
O céu parecia querer brincar de nos confundir. Brincar de poesia com a nossa cabeça.
Mas estávamos lá. De mãos dadas. Parecia que o tempo iria parar de passar naquele segundo.
Enquanto isso, lá em baixo os carros passavam. Correndo, com pressa de chegar. Porque para eles o tempo passava rápido. Diferente do nosso tempo. Cada um tem um tempo só para si.
Então bateu aquela vontade. Sabe quando você está no alto, e olha pra baixo... Você vê as ruas e os carros. Olha pra cima e só vê o céu. Nós estamos lá. Intermediando entre eles. Não éramos nem as pessoas nos carros, apressadas. Tampouco éramos o céu.
Aquela vontade de novo. Subimos e lá paramos. Olhamos ao redor.
A vontade mais forte agora. A vontade de voar.
De abrir os braços e voar pelo mundo. Voar do seu corpo. Voar da vida. E voar para a vida.
Abrimos os braços e olhamos tudo.
Somente a lua nos vigiava. Já não havia mais nuvens perto dela.
Parecia que ela gostava de nos ver. Ali com os braços abertos. A impressão que dava era que ela queria tanto nos ver, que tirava as nuvens de perto. Para não atrapalhar sua visão.
O mundo brincava com a gente. Brincava com nossas vontades. Nossas sensações.
O vento fazia aquele uivo suave, e nos bagunçava os cabelos. Os carros não notavam. E a lua observava.
Tudo estava lá só para nós. E o abraço quente nos aqueceu.
Era a certeza de que sempre estaríamos lá. Um para o outro.
O vôo não aconteceu fisicamente. Mas aconteceu de um outro jeito.
Do nosso jeito.
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