"Um caminho que se percorre não com pernas, mas com coração. E onde o único desafio que vale, é percorrê-lo por inteiro."


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sentada. Abstrata. Calada.



Hoje a Catedral da Sé estava vazia.
Parecia coisa de filme.
Ao fundo o som do órgão, tocando divinamente. Cinematograficamente.

Por um momento eu sentei ao fundo.
E respirei.

Óculos escuros na face.
Respirei e esperei.
Simplesmente esperei.
Não sei bem o quê, mas esperei.
Respirei.

Ficar um pouco só. O som do órgão me faz bem.
Observar pessoas.
Arquitetura, arte e religião.
Crença e imaginação.
Um segundo de indignação.

Nada.
Apenas abstração.

Pensei.
Pensei em várias coisas.
Pensei no vazio.

O que exatamente?

Ah, não há motivos para lhes dizer...




É sempre cheio o vazio da nossa mente.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Got a secret?

Tenho um segredo.
Você pode mantê-lo?
Jure que esse você vai guardar.

Melhor trancá-lo no seu bolso.
Leve esse para o túmulo.

Seu eu lhe mostrar, eu sei que você vai falar o que eu disser.
Porque duas pessoas conseguem manter um segredo...

Se uma delas estiver morta.

(Trecho traduzido de "Secret" - The Pierces. Música tema da série Pretty Little Liars.)




Todos temos segredos.
Alguns perigosos.
Alguns delicados... ou até engraçados.
Suaves, inocentes, perturbadores ou mortais.

Tanto faz.

Alguns estão bem mantidos.
Outros perdidos em bocas.
Alguns janela a fora tomando forma.
Correndo, fugindo.

Alguns não deveriam escapar nunca, mas acabam indo.
Outros são libertos propositalmente.

O segredo nem sempre é uma verdade.

Pode ser uma mentira ou raridade.

Esconde o que foi de errado, camufla o que não deve ser visto.
Liberta a mentira, sua companheira.
As vezes andam de braços dados.
Outras vezes bem gelados.
Distanciados.

Tomam forma na mente.
No âmago amado.
No suplício enclausurado.

E muitas vezes, no amante desejado.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sacada

Cheiro do vinho.

Ela abriu os olhos pra lua.
Lábios molhados entreabertos.

Gosto de vinho.

Silêncio.

O silêncio pesado da cidade adormecida.
Muitas estrelas e algumas nuvens.

Noite quente.

Muitas lembranças.

Talvez até demais.
A cabeça um pouco leve, um pouco tonta.
Meio pesada.

Sempre o cheiro do vinho.


Cansou-se de grande promessas.
Libertou-se de falsidades.

Quebrou barreiras.

Também quebrou espelhos, janelas e portas.


Construiu raízes móveis.
Assim como críticas, valores e múltiplas personalidades.


E um único caráter.

Terminou a taça de vinho em um único gole.

Deixando o cheiro doce no ar, e o gosto nos lábios.

Sempre o cheio do vinho.