Mais exatamente meia noite e cinquenta e sete. Esse era o que dizia o relógio na prateleira.
Seus olhos estavam cansados. Tudo era devagar. Tudo era nostalgia.
E a música repetida já soava diferente em cada nota, cada som que saia de um certo piano.
Eram poucas coisas na verdade. Um copo vazio, livros, cadernos e embalagens abertas de comprimidos.
Eram poucas coisas na verdade. Um copo vazio, livros, cadernos e embalagens abertas de comprimidos.
Eram muitos pensamentos na verdade. Amor, futuro, pesares, dores, paixões, cheiros, gostos.
Gosto. E a nostalgia.
E de repente o que já se passara ainda estava vivo. Ali nas lembranças. Junto dela.
Via claramente, sentia e fluia. Entre toques.
Era só. Era só mas era nostalgia.
Era só. Era só mas era nostalgia.
Era nostalgia por isso era dois.
Ou duas.
Três ou quatro. Gostava de desafios.
Ela ria sozinha observando a rua deserta. O som dos risos ecoavam longe.
Era frio e era nostálgico.
Seu corpo tremia quando o vento cortante chegava. Não só de frio o seu corpo tremia.
Era nostálgico e era gelado. Ou quente por dentro.
Buscou sua jaqueta de guerra. E naquela ação queria ter tido uma epifania. Uma revelação!
Mas não teve. Só a amiga nostalgia. Seria mais bonito dizer que ela finalmente percebeu algo muito importante. Tão importante a ponto de mudar a história ou a compreensão dos fatos. Algo que fosse quase matemático e poético ao mesmo tempo.
Mas não houve nada. Apenas uma velha mesa e uma antiga jaqueta azul.
Retorna aos pensamentos. Os beijos. Ah sim... Os beijos.
Ternos e açucarados. Certa vez amargos.
Ela olha pra frente e quer ver o caminho. Mas a nostalgia a segue. Afoga-a.
Ela olha pra frente e quer ver o caminho. Mas a nostalgia a segue. Afoga-a.
Ela espera pelo momento ou pela ação reveladora, que lhe trará novas esperanças. Uma ação de plena convicção, compreensão sobre a vida talvez.
Espera. Espera.
Espera.
.
Não aconteceu esse momento ainda. Ela desiste dele.
Segura sua face entre as mãos.
Sem fôlego.
Se entrega a companheira da noite. Nostálgica nostalgia.
Seus dedos delicadamente tocam a boca. E seus olhos fecham.
Silêncio.
13 comentários:
Muuuito bom menina!
Adorei o texto... assim to add nos seus seguidores
Beijos
http://sonhosdolobo.blogspot.com/
Bom, bom, bom, garota...
Excelentes textos, sinceros e sensíveis. Parabéns, beijos!!!
www.revistacontextosg.com
concordo com marcelo,
texto bem sincero... parabens!!
bjoos
http://nadadelicada.blogspot.com/
Que coisa linda!
Amei...
Começando pela música, Chico Buarque me enlouquece.
E o texto, então...
beijos
Nostalgia em demasia sugere que comecemos a repensar os caminhos que pretendemos guiar. É preciso viver novas histórias e deixar o passado no passado.
Abraço
Nossaaaaaaaaaaaaa! Estou sem fôlego! Muito lindo esse texto, super empático! Engraçado, não vejo a nostalgia como algo ruim... Talvez ela em doses excessivas o seja, mas no geral, vejo-a como um momento necessário, para o crescimento do homem.
Enfim, muito lindo mesmo Lívia!
- Eu estou bem sim! Engraçado é que você falou sobre nostalgia, e hoje, aqui em Salvador, o dia está assim! Eu estou um pouco assim também... Adoro! Rsrsrs...
Beijooooooooooos e até mais!
= ****
http://eueminhasleiturasurbanas.blogspot.com/
Lívia, a recepção foi boa, tem coisa melhor que chegar no recanto de alguém ao som de "O Vento"?
Confesso que desliguei a caixa de som pra me ater ás suas palavras, separei a atenção apenas para os olhos, permiti-me não ser difuso e começei a ler seu texto em voz alta, média na verdade, só para os meus ouvidos que renunciaram à canção anterior.
De uma beleza ímpar!
E que trabalho interessante aquele do teatro infantil, olhei o outro blog também. Um grande prazer recebê-la no 'Versos' e notar tantas boas coisas na sua obra.
Vou relacionar o link do seu blog nos meus indicados. Um salve à arte, cara atriz!
Hmm... Nostalgia. Sensação essa que triste ou não sempre deixa a marca que com pouca perspicácia se destaca com facilidade.
A Lembrança.
Belo texto!
Beijo!
Lilica, profunda e sempre fiel com seus sentimentos...
Muito bom esse texto, você escreve muito bem. Não sei de onde voc~e tira inspiração para escrever, mas não importa né, o que importa é o conteúdo do texto que é ótimo.
Oi Lívia, de fato apreciei bastante. Também pelo engajamento à causa vegetariana, é uma condição que num futuro próximo quero abraçar.
Olha, raramente estou no messenger, mas você pode me adicionar num desses endereços:
inglesnanet@hotmail.com
alan_punkvocal@hotmail.com
(e os nicks são meio pré-adolescentes pra ver há quanto tempo eles existem... rs)
A melhor forma de comunicação ainda é o orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=mp&uid=4486574778750697732
Beijo!
PUTZ
ACABEI SENTINDO UMA PITADA D ENOSTALGIA AO LER SEU TEXTO.
MTO BOM.
PERFEITO!
ADORES
VC ESCREVE MUUUUUUUITO!!!
BJOKS
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