"Um caminho que se percorre não com pernas, mas com coração. E onde o único desafio que vale, é percorrê-lo por inteiro."


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Final de Semana Dionisíaco!

Que super final de semana! Cultura? Imaginaaaa!!!

Sábado - 9:30h/14:00h

Super aulas...
Desenvonvendo clown.
Contrepitre!

Sábado - 21:00h

FEDRA! ÚLTIMA APRESENTAÇÃO!
Finalizamos muito bem...

Sei que sentirei muita saudade daquela turma, da peça e da personagem.
Fica um cantinho vazio agora... Acabou.
Mas fica pra sempre na memória...

Sábado/Domingo rs - 23:40h/5:30h

Virada Cultural!!! rs
Bacana!!

Domingo - 14:00h

Palestra do Eduardo Tolentino, diretor do grupo TAPA!
Muito boa mesmo!
Interessante... Aprendizado.

Domingo - 20:00h

De volta para São Paulo...

50 anos de Teatro Oficina!!

Vento forte para um papagaio subir!
Zé Celso arrasou!!
Foi lindo, emocionante...
Participei da peça duas vezes! =)



Nascemos de novo.
Vinho e Papagaio! =)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Liberdade

Afinal, o que é liberdade?
No ginásio eu assisti um filme... Um curta chamado ''Ilha das Flores'', muito lindo. A frase final do curta era:

''Liberdade, é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda.''

Essa frase eu nunca mais esqueci.
No passado? Quais foram as pessoas que lutaram pela nossa liberdade?
Está mais do que claro que nós, brasileiros, e diversos povos do mundo foram brutalmente massacrados e presos injustamente.

A liberdade tem um preço? Quanto custa?

Ela existe mesmo? Claro que sim! É aquela de pedra que fica nos Estados Unidos! Como parece grande essa nossa liberdade não?

Hoje, nós temos realmente liberdade? Somos livres pra pensar, dizer e fazer o que quisermos?

Ou será que somos apenas ''robozinhos'', condicionados a fazer o que temos que fazer?
Qual é o papel da mídia nisso? Os programas que assistimos, as músicas que escutamos, a escola, a educação que querem que tenhamos...
Desde criança, somos podados e programados a agir de uma certa forma... Que talvez dê menos trabalho aos governantes...

Somos seres humanos condicinados? Pensamos e agimos da forma que fomos ''ensinados'' ou melhor dizendo, manipulados a agir?
Será que estamos presos nesse círculo vicioso pra sempre?

Podemos fazer a vida ser melhor? Temos que seguir todos os planos que são traçados, tão certeiros, pro nosso futuro promissor brilhante?

E o que acontece se alguém quebra esse ciclo?? O QUE ACONTECE?

Quanto se paga por lutar pela liberdade?

Quando alguém dará realmente...
Um GRITO pela Liberdade?


(?)

...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Infância...

''Procurando uma foto pra uma cena, encontrei essa jogada numa caixa...''

Saudade...
Da inocência...

Saudade...
Da família...

Saudade...
Da casa antiga... dos brinquedos antigos...

Saudade...
Dos chinelinhos...

Saudade...
De quando o único objetivo da vida era: se divertir!

Saudade...
De ser criança.

Leão - Fogo - 7

Signo - Leão


O quinto do zodíaco, é de longe o signo mais radiante. Reproduz simbolicamente o início da juventude e o período da adolescência humana. Reveste-se assim de um otimismo típico dos jovens. A vida para o leonino é um evento a ser festejado a toda hora. Seu sorriso ensolarado é um sinal desta alegria contagiante que possuem. Expansivos e calorosos, os leoninos vão agregar em torno de si um círculo muito grande de amigos. Como o Sol, que rege este signo, atrai e mantém os planetas em torno de si, o leonino estará sempre satisfeito em sentir que todos estão reunidos em torno dele; que é ele quem os atrai. Todo este glamour torna o leonino um artista teatral por excelência.O poder que exercem é espontâneo: está impregnado em seu espírito. Agem como reis, inatingíveis embora, ao mesmo tempo, populares. Se alguém não os nota ou deles desdenha, sentir-se-ão ofendidos mas farão de tudo para parecem impassíveis. Porém, em seu íntimo foram já bastante feridos. Porque dependem muito da admiração dos outros para confiarem em si mesmos. Seu brilho ofuscante esconde no mais das vezes a necessidade incontrolável de representar e estar no centro dos acontecimentos. O leonino teme demais a rejeição, e só consegue reagir a este medo antecipando-se a ele, e fazendo-se visto e ouvido a toda hora. Por sentir-se dono de um trono, não aceita de bom grado ficar em posicão subalterna. Assim, não terá pudor em dizer exatamente o que seus ouvintes, chefes ou empregados, querem ouvir, se for preciso agradá-los. Mas não chega ao ponto de bajular as pessoas, pois isso seria contrário ao seu sentimento régio e intocável. E não conseguem aceitar um erro. Darão diversas desculpas, mas em nenhuma delas reconhecerá a própria culpa.Adoram crianças em geral, pois identifica-se muito com elas. Empenham-se no amor com ardor, sobrepujando qualquer dificuldade com demonstrações ainda mais explícitas de paixão. Quando amam, são fiéis e devotados. Leoninos podem ser indestrutíveis quando estão de bem com a vida, o que não é muito incomum. Têm uma energia magna e vitalizante, provida pelo elemento fogo que caracteriza este signo. Seu carisma é inegável. Quando lideram alguma iniciativa, não precisam se impor. Os outros o conduzem à direção, devido ao seu magnetismo pessoal. E quando conhecem bem os limites de seu poder, acabam tornando-se chefes exemplares, capazes de animar toda a equipe e unir pessoas dos mais diferentes tipos em torno de um objetivo comum.

Elemento: fogo

Ascendente: sagitário - elemento fogo

Numerologia:
7 - está relacionado às sete virtudes e os sete mistérios.
Ele é considerado mágico e transformador, pois existem sete virtudes contidas neste número:

- Caridade
- Esperança
- Fé
- Força
- Justiça
- Prudência
- Temperança

Epifania

-- sensação --

''Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa" do problema. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece, que parece ser divino em natureza.''
huuuuumm...
muito interessante...
Será o ator epifânico por natureza???

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Procuro...

Eu procuro...
Procuro por todas as partes...
É a procura por intensidade.

Quero o que é intenso.
O que marca.
O que choca.

Intensidade.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

No meu calendário...


Foto do meu calendário.
Ruas, prédios, carros, ônibus, barulho e confusão.
É o nosso dia-a-dia.
Devemos vivê-lo, mas não deixar de lado a sensibilidade que temos... e que aos poucos, infelizmente, estamos perdendo...
A emoção, os sentidos ficam perdidos em meio a tanta fumaça e barulho das ruas...
Mas devo dizer... Cuidado para que todos os dias do calendário não passem assim... Rápido e desapercebido como as motos ou os carros da foto, que o artista retratou com tanto capricho.

Paixões?


Paixões não tenho...

Pois sou a paixão.
Vivo a paixão.
Beijo a paixão.

A paixão é.

De dentro da chuva

é a lágrima de alguém que chora
é a gota de água que escorre
é alguém que vai embora
é o cheiro que percorre

sentir as gotas caindo na cabeça
encharcando suas roupas
sentir a mágica leveza
os pingos de água nas bocas

é a esperança que vem do céu
é a paz que percorre a alma
é aquela cortina, um véu
é a sensação que acalma

recordar a infância
escorregar, pisar na lama
brincar de ser criança
sorrir, pular na cama

é sentido a flor da pele
é o que molha dentro do peito
é a verdade de ser entregue
e se deixar levar pra dentro... Pra dentro... Pra dentro...



Dentro... Dentro do lado de fora.
No lado de dentro da chuva...

domingo, 13 de abril de 2008

Renunciando.

TEATRO É RENÚNCIA!

O buraco do espelho

o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar aqui
com um olho aberto, outro acordado
no lado de lá onde eu caí

pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some

a janela some na parede
a palavra de água se dissolve
na palavra sede, a boca cede
antes de falar, e não se ouve

já tentei dormir a noite inteira
quatro, cinco, seis da madrugada
vou ficar ali nessa cadeira
uma orelha alerta, outra ligada

o buraco do espelho está fechado
agora eu tenho que ficar agora
fui pelo abandono abandonado
aqui dentro do lado de fora

Arnaldo Antunes

No porão... totalmente esquecido.

Era uma vez um porão... com um monte de tranqueira. Tudo empoeirado e esquecido. Decidi olhar, e achei um cartaz bem grande enrrolado, que era esse quadro aí em cima.

Foi imediato. Me apaixonei. A pintura linda... os detalhes...

Um quadro misterioso. O rosto dela que não aparece, fica só sugerindo coisas... O que ela viveu? Quem é ela?? Está feliz? Alegre? Triste?

Quais são seus segredos? Está chorando? Relembrando de um passado? De um alguém?

Estava nua? Estava com alguém? É uma prostituta?

No mesmo dia colei o quadro na parede do meu quarto. Adoro ficar olhando pra ele... Imaginando, viajando... Sentindo.

Fiquei curiosíssima! Afinal, queria saber quem foi o grande pintor, o grande artista que fez este quadro!

Mas não tinha assinatura. Nada escrito. Fiquei triste.

Até que um dia, peguei minha agenda para marcar um compromisso, e foi lá! Dei de cara com o quadro no dia da agenda que eu estava escrevendo!

Achei! Hum... Então foi um tal de Toulouse-Lautrec que o pintou. Pesquisei. E olha! Quantos outros quadros belíssimos! Todos do mesmo estilo. Misteriosos e instigantes.

Arte.

__________________

''Prostitutas, cabarés e cervejarias estão inevitavelmente associados ao nome de Henri de Toulouse-Lautrec. ''

Em todo o lugar, Lautrec desnudava um instante verdadeiro, representava o abandono, fixava as misérias. O poder expressivo do seu traço remetia diretamente à interpretação psicológica dos modelos que ele surpreendia e revelava. Mas nem sempre a crítica foi benevolente com Lautrec. Ao contrário, alguns o acusaram de ser um “ser bizarro e contrafeito”, de “chafurdar na degradação” dos botecos ou, mais freqüentemente, de representar “o vício que deforma os rostos, embrutece as fisionomias e faz subir à face as feiúras da alma”.








Arnaldo Antunes

Ele é simplesmente a beleza da simplicidade.
Suas músicas tão poéticas... sugestivas.

É incrivel sentir sua arte.
E como seus elementos são incrivelmente simples.
Arnaldo Antunes é único. Ninguém pode copiar.
Ele cria arte a partir do nada, das coisas mais simples...

Faz uma parte essencial na minha trilha sonora...

sábado, 12 de abril de 2008

Procurando, pensando...

Carnaval

Árvore
Pode ser chamada de
Pássaro
Pode ser chamado de
Máquina
Pode ser chamada de
Carnaval
Carnaval
Carnaval

Arnaldo Antunes

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Manter-se feliz...

Como não se estressar no meio da confusão do dia-a-dia?
Das opiniões conflitantes?
Das pessoas estúpidas?
Dos grandes e pequenos acidentes cotidianos?
Da preocupação com o futuro?

Mas do que nunca estou começando a me preocupar com isso... E a me controlar...
Manter-se bem! De bom humor!
Manter-se feliz! Palavras tão simples e ao mesmo tempo tão difícies de se realizar...

Mas pelo jeito... só existe mesmo uma saída...

CARPE DIEM!

Viva o presente, o momento e curta o máximo dele! Pense que ele é único e nunca mais se repitirá!

Não deixe que coisas pequenas o estressem, ou façam você se sentir mal...
Você é capaz de resolver seus problemas com calma!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Nelson Rodrigues

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."


Nelson Rodrigues nasceu da cidade do Recife - PE, em 23 de agosto de 1912, quinto filho dos catorze que o casal Maria Esther Falcão e o jornalista Mário Rodrigues puseram no mundo. Os nascidos no Recife, além do biografado, foram Milton, Roberto, Mário Filho, Stella e Joffre. No Rio de Janeiro nasceram os outros oito: Maria Clara, Augustinho, Irene, Paulo, Helena, Dorinha, Elsinha e Dulcinha.
Seu pai, deputado e jornalista do Jornal do Recife, por problemas políticos resolve se mudar para o Rio de Janeiro, onde vem trabalhar como redator parlamentar do jornal Correio da Manhã. Em julho de 1916, d. Maria Esther e filhos chegam ao Rio de Janeiro num vapor do Lloyd.
Haviam vendido tudo no Recife para cobrir as despesas de viagem, e tiveram que ficar hospedados na casa de Olegário Mariano por algum tempo. Em agosto de 1916 alugaram uma casa na Aldeia Campista, bairro da Zona Norte da cidade, na rua Alegre, 135, onde a família Rodrigues teve seu primeiro teto na cidade.
Nelson ia sendo criado dentro do clima da época: as vizinhas gordas na janela, fiscalizando os outros moradores, solteironas ressentidas, viúvas tristes, com as pernas amarradas com gazes por causa das varizes. Naquela época os nascimentos eram assistidos por parteiras de confiança e eram feitos em casa. Os velórios também eram feitos em casa, usava-se escarradeira e o banho era de bacia. Nelson registrava em sua memória esse cenário. Daí sairiam os personagens de sua obra literária.
Com o autor vivendo seu quarto ano de vida, um fato pitoresco: uma vizinha, d. Caridade, invade a sua casa e diz para sua mãe: "Todos os seus filhos podem freqüentar a minha casa, dona Esther. Menos o Nelson." Como ninguém entendesse a razão de tal proibição, ela afirmou: vira Nelson aos beijos com sua filha Odélia, de três anos, com ele sobre ela, numa atitude assim, assim. Tarado!
Aos sete anos, em 1919, pediu a sua mãe para ir à escola. Foi matriculado na escola pública Prudente de Morais, a dois quarteirões de sua casa. Aprendeu a ler rapidamente e era por isso elogiado por sua professora, d. Amália Cristófaro. Infelizmente não era muito asseado e vivia sendo repreendido por ela. O que, no entanto, causava espécie, era sua cabeça — desproporcional em relação ao tronco — e suas pernas cabeludas.
Em 1920 ocorreu um fato que, depois, se transformou num dos favoritos do escritor: o do concurso de redação na classe. D. Amália passou a lição: cada aluno deveria escrever sobre um tema livre. A melhor redação seria lida em voz alta na classe. Finda a aula, as composições foram entregues. A professora quase foi ao chão com o trabalho de Nelson: era uma história de adultério. O marido chega em casa, entra no quarto, vê a mulher nua na cama e o vulto de um homem pulando pela janela e sumindo na madrugada. O marido pega uma faca e liquida a mulher. Depois ajoelha-se e pede perdão. A redação, apesar do espanto que causou em todo o corpo docente, não tinha como não ser premiada, muito embora não pudesse ser lida na classe. A professora inventou um empate e leu a outra composição.
Nesse período, Nelson presenciou grandes discussões entre seus pais, causadas por ciúmes que seu genitor tinha de sua mãe. Influenciado por seus irmão mais velhos, passou a ter a leitura como passatempo, saindo rapidamente do Tico Tico para romances mais "pesados" como Rocambole, de Ponson du Terrail, Epopéia do Amor, Os Amantes de Veneza e Os Amores de Nanico, de Michel Zevaco, O Conde de Monte Cristo e as Memórias de um Médico, de Alexandre Dumas, os fascículos de Elzira, a Morta-Virgem, de Hugo de América, e outros mais. Mudavam os autores, mas no fundo era uma coisa só: a morte punindo o sexo ou o sexo punindo a morte.
Foi em 1919 que o autor descobriu o Fluminense. Foi o primeiro ano do tricampeonato do tricolor, muito embora nem ele nem seu irmão Mário Filho, posteriormente famoso como jornalista esportivo e que teve seu nome escolhido para ser o nome oficial do estádio do Maracanã, tivessem dinheiro para sair da rua Alegria e se deslocarem até Laranjeiras para ver o seu time jogar.
Consolidado seu prestígio junto a Edmundo Bittencourt, do Correio da Manhã, Mário Rodrigues junta sua família e muda-se para a Tijuca, fato que, na época, era mostra de nítida melhora de padrão de vida. Estávamos em 1922.
O autor seguia sua vida, sentindo a ausência do pai, sempre envolvido com a política e o jornalismo. No ano de 1926 foi expulso do Colégio Batista, na Tijuca, na segunda série do ginásio, por rebeldia. Nelson vivia contestando seus professores, em especial dos de Português e História. Foi, então, matriculado no Curso Normal de Preparatórios, na rua do Ouvidor, pois seu pai esperava que ele futuramente prestasse exames no famoso Colégio Pedro II.
Para compensar a falta de contato com os filhos, Mário Rodrigues permitia sua ida ao Correio da Manhã para visitá-lo. Dizem que jamais sonhou em ter seus filhos jornalistas: as meninas seriam médicas, os meninos advogados. Afinal, a vida que levava não era nada fácil: nomeado diretor do jornal, meteu-se numa batalha entre Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, o que lhe custou um ano de cadeia, em 1924. O motivo: denunciou que usineiros pernambucanos (eles já existiam!) haviam dado um colar no valor de 120 contos de réis à esposa do então presidente Epitácio Pessoa, d. Mary. Negando-se a fugir do país, ficou preso no Quartel dos Barbonos, na rua Evaristo da Veiga, no Rio de Janeiro. A partir da data de sua prisão o jornal que dirigia — Correio da Manhã — foi silenciado pelo governo por oito meses.
Antes de seu pai ser preso, Nelson e família haviam mudado para uma casa na rua Inhangá e eram vizinhos do hotel Copacabana Palace. Ali, aos doze anos, o autor aprendeu a nadar. Mas, aos poucos, à medida em que entrava na adolescência, foi sendo possuído por uma indolência melancólica, ficando depressivo, suspirando pelos cantos e dizendo: "Eu sou um triste!".
Durante o tempo em que esteve preso, Edmundo Bittencourt cortou o salário de Mário Rodrigues, dando à mãe de Nelson apenas o suficiente para pagar o aluguel da casa. Mário foi ajudado financeiramente, nessa época, por Geraldo Rocha (proprietário do jornal A Noite, concorrente do Correio da Manhã), sem o que sua esposa e a penca de filhos por certo teriam passado fome. Ao ser libertado, volta ao jornal e é surpreendido com a notícia de que não haveria mais um diretor permanente, cargo esse que detinha. Seria feito um rodízio de diretores. Mas pior do que isso foi o fato de tomar conhecimento de que Edmundo estava tentando se aproximar de seu desafeto Epitácio Pessoa. Mário, em carta desaforada, pediu demissão a Edmundo, dizendo que em breve voltaria para esmagá-lo. Daí surgiu seu próprio jornal, A Manhã.
Nelson inicia sua carreira jornalística em 29 de dezembro de 1925, como repórter de polícia, ganhando trinta mil réis por mês. Tinha treze anos e meio, era alto, magro e seus cabelos eram indomáveis. Embora fosse filho do patrão, teve que comprar calças compridas para impor respeito aos colegas de redação.
Ali reuniam-se colaboradores ilustres: Antônio Torres, Monteiro Lobato, Medeiros e Albuquerque, Agripino Grieco, Ronald de Carvalho, Maurício de Lacerda e José do Patrocínio. Além desses, havia a turma da casa: Danton Jobim, Orestes Barbosa, Renato Viana, Joracy Camargo, Odilon Azevedo e Henrique Pongetti. Outra figura de A Manhã era Apparício Torelly — Apporely — que mais tarde se autodenominaria "Barão de Itararé" e fundaria seu próprio jornal, A Manha.
O autor impressiona os colegas com sua capacidade de dramatizar pequenos acontecimentos. Especializou-se em descrever pactos de morte entre jovens namorados, tão constantes naquela época.
Na zona preta do Mangue, na rua Pinto de Azevedo, estavam concentradas as prostitutas mais pobre e esculhambadas, negras na maioria, a dois mil réis por alguns minutos. Mas o autor preferiu as da rua Benedito Hipólito, mais asseadas e que ficavam em ambientes melhores, embora o preço subisse para cinco mil réis. Ali, aos catorze anos, Nelson foi pela primeira vez com uma mulher para dentro de um quarto. Ficou freguês.
O indomável escritor cria um tablóide de quatro páginas intitulado Alma Infantil,nascido da troca de cartas com seu primo Augusto Rodrigues Filho, que não conhecia pessoalmente e que morava no Recife. Ele queria ser como seu pai, um espadachim verbal. Depois de cinco números e muitos ataques a políticos pernambucanos e a cariocas, Nelson desiste do tablóide.
A irmã Dorinha morre em setembro de 1927, aos nove meses, de gastrenterite. Em 1928 a família se transfere para uma nova e luxuosa casa na rua Joaquim Nabuco, 62, em Copacabana. Viviam um momento de muito dinheiro e muita fartura.
Nessa época, o autor e seus irmãos mais velhos trabalhavam no jornal A Manhã: Milton era o secretário, Roberto ilustrava algumas reportagens, Mário Filho começou como gerente, indo depois para a página literária e depois a de esportes. Nelson havia abandonado desde 1927 a terceira série do ginásio no Curso Normal de Preparatórios. Nunca mais voltou à escola, apesar do esforço desenvolvido por seu pai.
Tendo garantido uma coluna assinada na página três do jornal — a página principal — o escritor publica seu primeiro artigo, em 07 de fevereiro de 1928. Tinha o título de "A tragédia de pedra...", com as solenes reticências. Depois vieram "Gritos Bárbaros", "O elogio do silêncio", "A felicidade", e "Palavras ao mar", todos de grande sensibilidade poética. Seu lado monstro só apareceu na crônica de 16 de março, "O rato..." (com as famosas reticências), em que ele conta como viu um rato morto, achatado por um carro, defronte à Biblioteca Nacional. Para desespero de seu pai, começa a "bater" em Ruy Barbosa. No segundo artigo em que esculhambava o "Águia de Haia", antevendo o que aconteceria, Nelson achou que se safaria de seu pai se saísse bem cedo de casa, antes que o "velho" lesse o jornal. Enganou-se. O castigo foi mais duro do que ele imaginava: foi rebaixado, saindo da página três e retornando à seção de polícia, onde trabalhou nos cinco meses seguintes.
Mal teve tempo de voltar à terceira página e o pior acontece. O jornal, mal administrado, está cheio de dívidas. O sócio de seu pai, Antônio Faustino Porto, que há tempos vinha arcando com os pagamentos urgentes, torna-se sócio majoritário e oferece o emprego de diretor a Mário. Este aceita, mas fica só um dia. A intervenção do novo dono em seus artigos faz com que ele e a família deixem o jornal.
Amigo de Melo Viana, vice-presidente da República, no dia em completava 43 anos, 21 de novembro de 1928, e apenas 49 dias depois de perder A Manhã, Mário Rodrigues lançou seu novo jornal de grande sucesso: Crítica, que chegou a ter uma circulação de 130.000 exemplares.
O tenente-coronel Carlos Reis manda a polícia prender todos os Rodrigues que encontrasse, sob a alegação de que um deles era o mandante do assassinato do argentino Carlos Pinto, repórter de A Democracia. Foram, pai e irmãos, todos presos. Nelson escapou por não se encontrar no Rio, em viagem para o Recife, única forma encontrada pela família para tentar livrá-lo da depressão em que se encontrava. Cheio de paixões, ora por Lilia, ora por Carolina e ora por Marisa Torá, estrela da companhia teatral de Alda Garrido.
Ao lado dos primos Augusto e Netinha (com quem mantinha há algum tempo namoro epistolar), conheceu Recife e Olinda, a praia da Boa Viagem e, com Augusto, a zona de mulheres do Cais do Porto, considerada a maior da América do Sul. Sua prima, não se sabe como, tirou-o da depressão, fazendo-o voltar a todo vapor para a redação da Crítica.
Em 26 de dezembro de 1929 o jornal estampa matéria, na primeira página, sobre o desquite de Sylvia e José Thibau Jr. Foi a fórmula encontrada para o diário não sair sem assunto, já que era o primeiro dia após o natal. No dia 27, pela manhã, Sylvia entra na redação da Crítica procurando por Mário Rodrigues. Não o encontrando, pede para falar com seu filho Roberto e dá-lhe um tiro no estômago. Nelson viu e ouviu aquilo tudo. Com dezessete anos e quatro meses, era a primeira cena de violência brutal que presenciava. Seu irmão faleceu no dia 29.
Ninguém conseguirá penetrar no teatro de Nelson Rodrigues sem entender a tragédia provocada pela morte de Roberto. No mesmo dia do enterro, toda a família pôs luto. Os homens ainda podiam sair à rua de terno escuro ou com o fumo na lapela, mas suas irmãs se cobriram de preto da cabeça aos pés. Milton, o irmão mais velho, ia para o porão do palacete, antigo território de Roberto, apagava as luzes e ficava horas no escuro — à espera de um milagre que o fizesse vê-lo e ouvi-lo. Nelson apenas chorava. Joffre, de catorze anos, ganhou um revólver de Mário Rodrigues e passou a andar armado pela cidade à noite. Sabia que Sylvia tivera sua prisão relaxada. Se a encontrasse, a mataria.
Apenas 67 dias após a morte do filho, Mário Rodrigues sofre, aos 44 anos, uma trombose cerebral. Faleceu dias depois de encefalite aguda e hemorragia. Diante de tão sentidas perdas a família não encontra mais condições de morar na mesma casa. Mudam-se para outra casa na rua Sousa Lima, também em Copacabana. Um bafo de sorte surge: Júlio Prestes, que fora elogiado e defendido pela Crítica, vence Getúlio Vargas nas eleições para a presidência da República. Mas o que eles queriam era destruir quem matara Roberto e, por conseqüência, Mário. Sylvia foi absolvida por 5 a 2. O julgamento foi encerrado no dia 23 de agosto, exatamente quando Nelson completava 18 anos.
Estoura a revolução, em 3 de outubro, no Rio Grande do Sul, Minas e quase todo o Nordeste. Crítica, num erro de avaliação, continua a atacar os rebeldes. Em 24 de outubro Washington Luís é deposto e a turba saiu cedo para acertar as contas com os jornais do velho regime. As redações e oficinas de diversos jornais são invadidas e empasteladas. Dentre elas, a do jornal dos Rodrigues. De todos eles só um não voltaria a circular: Crítica. Isso sem contar que Milton e Mário Filho foram novamente presos, porém logo libertados.
Os irmãos começam a procurar emprego, coisa que para eles não estava nada fácil. Foram meses batendo em portas fechadas. Começaram a vender tudo o que tinham para poder sobreviver e, devido ao aluguel sempre atrasado, eram obrigados a mudar de casa a cada três meses. Até que um dia uma porta se abriu para Mário Filho e os outros irmãos penetraram por ela.
Irineu Marinho havia fundado o jornal O Globo em 1925, mas, apenas 21 dias após o jornal circular pela primeira vez, morreu de enfarte. Roberto Marinho, filho de Irineu, era o sucessor natural mas achou-se muito inexperiente para comandar um jornal. Chamou um velho companheiro de seu pai, Euricles de Matos, para tocar o negócio. Mas, em maio de 1931 Euricles também faleceu e Roberto Marinho convida Mário Filho para assumir a página de esportes de O Globo. Mário aceitou, desde que pudesse levar seus irmãos Nelson e Joffre. Roberto Marinho deu seu "de acordo" com a condição de só pagar o ordenado a Mário Filho.
Nelson trabalhou alguns meses no jornal O Tempo. Joffre foi para A Nota, onde já trabalhava o outro irmão, Milton. O escritor era chamado de "filósofo" pelos colegas de O Globo, tinha um aspecto desleixado, um só terno e não vestia meias por não tê-las. Com a ajuda de Mário Martins e o beneplácito de Roberto Marinho, Mário Filho lança seu jornal, Mundo Esportivo, justo no fim do campeonato de futebol. Sem ter assunto, inventaram algo que seria uma mina de dinheiro anos depois: o concurso das escolas de samba.
Em 1932 o autor teve sua carteira assinada em O Globo, um ano após começar a trabalhar naquele diário, com um ordenado de quinhentos mil réis por mês. Entregava todo o dinheiro para sua mãe e recebia uns trocados de volta para comprar seus cigarros (média de quatro carteiras por dia). Em compensação, economizava pois voltava de carona com o "Dr. Roberto" para casa. Para arranjar mais algum dinheiro, trabalhou como redator da firma Ponce & Irmão, distribuidora no Rio dos filmes da RKO Radio Pictures. Criava textos para os anúncios dos filmes nos jornais.
Nesse meio tempo, tinha suas paixões: por Loreto Carbonell, argentina de olhos azuis, bailarina do Municipal; por Eros Volúsia, filha da poetisa Gilka Machado, também bailarina, linda e jovem morena. Dividia com seu irmão Joffre a paixão por ela. Depois vieram Clélia, uma estudante de Copacabana e Alice, professora de Ipanema.
A tosse seca e uma febre baixa, porém persistente, ao por do sol, foram os avisos dados a Nelson, além de sua magreza. Sua irmã Stella, já médica, arranjou uma consulta. O médico pediu que ele dissesse "33" e verificou sintomas de tuberculose pulmonar, o grande fantasma do ano de 1934. Por falta de um diagnóstico precoce, o autor já havia, com apenas 21 anos, arrancado todos os dentes e posto dentadura, numa tentativa de debelar a febre que insistia em não ir embora.
Vai, então, para Campos do Jordão - SP, local recomendado para tratamento, sozinho, sem saber se voltaria. Foi a primeira de uma série de seis internações. Roberto Marinho, sabendo das dificuldades da família, continuou pagando seu ordenado normalmente. Nelson passou 14 meses no Sanatórinho, de abril de 1934 a junho de 1935. Durante esse período só os irmãos Milton e Augustinho foram visitá-lo uma única vez. Compensava a ausência de parentes e amigos com cartas, muitas delas para Alice, a professorinha.
Contam que, em 1935, um doente propôs encenarem um teatrinho. O biografado foi encarregado de escrever a comédia, um "sketch" cômico sobre eles mesmos. Logo nas primeiras cenas a platéia começou a gargalhar e, com isso, surgiram os ataques de tosse que quase fizeram vítimas. Foi a primeira experiência "dramática" de Nelson.
O autor pede ao secretário do jornal O Globo que o transfira da página de esportes para a de cultura. Queria escrever sobre ópera. Com a ajuda de Roberto Marinho consegue a transferência e começa arrasando a "Esmeralda", ópera brasileira do compositor Carlos de Mesquita. Foi sua única incursão nessa área.
Em abril de 1936, a terrível doença atacou seu irmão Joffre, com 21 anos, que foi levado para o Sanatório em Correias - RJ. Nelson ficou a seu lado durante sete meses. No dia 16 de dezembro de 1936 Joffre faleceu.
Em 1937 a redação do jornal só tinha homens. Após muita conversa Roberto Marinho concordou em contratar Elza Bretanha, apadrinhada do diretor administrativo, como secretária de Henrique Tavares, gerente de O Globo Juvenil. Voltando de sua segunda estada em Campos de Jordão, Nelson foi informado da presença de Elza, "dezenove anos, moradora do Estácio e dura na queda." Ele, então, sentenciou: "Está no papo." Errou.
Nelson se aproxima de Elza, expõe sua situação de penúria de saúde e financeira, e fala em casamento. Consultada sua família, não encontrou objeção. Afinal, já tinha 25 anos. A mãe de Elza, d. Concetta, siciliana das boas, quase teve um ataque, tendo a honra de ter sido acompanhada nisso por Roberto Marinho. Ele disse a Elza: "Está sabendo que vai se casar com um rapaz muito inteligente e de grande talento, mas pobre, absolutamente preguiçoso e doente? Sua mãe está coberta de razão!" Mesmo assim marcaram para se casar no dia do aniversário de Elza: 08 de maio de 1939. Se fosse preciso, fugiriam. Porém, em 13 de maio, mandou para a noiva um recado que dizia: "Amor, estou com a alma cheia de pressentimentos tristes". Era a tuberculose que o atacava novamente.
Nos quatro meses em que ficou internado, Nelson mostrou seu lado ciumento. Vivia atormentado com isso e, na volta, acabou desfazendo o noivado. Mas o coração falou mais forte do que o infundado ciúme e marcaram novamente o casamento, contrariando a mãe da noiva e o patrão de ambos.
No dia 29 de abril de 1940, sem externar qualquer anormalidade, Elza saiu para trabalhar, foi para a casa de uma amiga onde trocou de roupa e casou-se no civil, diante do juiz. Depois, foram comemorar tomando uma média com torrada na leiteria "Palmira". Voltaram para O Globo Juvenil e trabalharam normalmente. Haviam acertado, por vontade de ambos, que a noite de núpcias só aconteceria após o casamento religioso.
Os irmãos de Elza ficaram sabendo e falaram até em matá-lo. Nelson, com a alma leve, alugou uma casinha no Engenho Novo. Era sua volta ao subúrbio. Compraram móveis de segunda mão e Mário, o irmão, lhe deu de presente a cama de casal e a penteadeira. Finalmente d. Concetta dá o "de acordo" e o casamento religioso se realiza, em 17 de maio, após o autor, com quase 28 anos, ter sido batizado, fazer a primeira comunhão e estudado o catecismo, como manda a santa madre Igreja.
Após seis meses de casamento, certa manhã Nelson acorda e comunica a Elza que estava cego. Não enxergava nada. Descobriu, indo ao médico, que se tratava de uma seqüela da tuberculose. Tomou muito antiinflamatório, melhorou, mas 30 por cento de sua visão estava perdida para sempre, nos dois olhos. Apesar do estado de penúria em que se encontravam, o focalizado pediu a Elza que deixasse o emprego quando se casassem. Logo que pode comprou um telefone e ligava para ela de hora em hora. Saudades ou ciúme? Nelson procurava uma saída para seu aperto financeiro. Elza estava grávida e seu salário estava estagnado nos 500 mil réis mensais. Um dia, ao passar em frente ao Teatro Rival, viu uma enorme fila que se formava para assistir "A família Lerolero", de R. Magalhães Júnior. Alguém comentou: "Esta chanchada está rendendo os tubos!" Uma luz se acendeu na cabeça do autor: por que não escrever teatro?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A Gota de Sangue

'' De Herzer,
alguém que acredita nas plantações do destino
e que em todo lugar que recebamos ajuda,
existe sempre uma flor,
basta apenas que se aspire o seu perfume.''



Eu decaí, eu persisti
tentei por todos os meios ser forte.
Lutei contra o tempo,
chorei em silêncio
gritei seu nome ao vento.
Sou filho da gota
fui templo da miséria
meu pai, um perdido
minha mãe, a megera.
Cresci vendo prantos,
dormi em meio a mata
chorei gotas sanguíneas
sou o pecado, sou a traça.
Eu ouvi um grito de desespero,
vi a lenta corrupção,
vi o olhar do corruptor,
vi uma vida na destruição
eu vi o assasinato do amor.
Tentei, venci, a vitória conquistei
porém um dia faleci.
Hoje estou em sua lembrança
eu sou sua alma oculta
e serei sua esperança.

Anderson Herzer

terça-feira, 1 de abril de 2008

Todo o carnaval tem seu fim

Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo


Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada

Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
E é o fim, e é o fim


Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz



Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?


Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz





Marcelo Camelo

Yann Tiersen

Ouvindo muito Yann Tiersen ultimamente...
música espetacular...


http://www.youtube.com/watch?v=r05pD_ggTo4