"Um caminho que se percorre não com pernas, mas com coração. E onde o único desafio que vale, é percorrê-lo por inteiro."


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Desperta, puta merda, compre livros e não namorados, frio de aqui.

Eram quatro horas da manhã quando a insônia foi embora.
Dormir.

Despertador.
7 horas.
Soneca.
8... 9... 10..
Soneca. Soneca e soneca.

11.
Meio dia.

Frio.
Correria. 
Papelada, internet e covardia.

Lei de Murphy.
Nervoso e puta que pariu.

Trem.
Metrô. 
Ônibus.

Fila, fila e fila.

Pronto. E agora?

Sem vontade de voltar pra casa.

Fome.
Jantar.
À italiana.

Av. Paulista.

Livraria.

Livros.
Livros.
Livros.

Pequeno livro esquecido ao fundo da estante.
"Para cima e não para o norte."
Aquisição.

(As vezes procurar pelo livro certo no momento certo vale mais a pena do que procurar um namorado. 
Ele pode te dar mais prazer e menos sofrimento. Mesmo.)

Rua. 
Frio.
Augusta.

Café.

Quente.
Quente. 
Quente.

Outra livraria.

Mais livros.
Mais livros.
Mais livros.

Uma quase aquisição.
Desistência.

(Assim como namorados, não se pode forçar a relação com os livros. 
Quando não é pra ser, não é.)

Rua.
Chuva.
Metrô.

Casa.
Notebook.

Conversa de amiga.

Blog.
Postagem.

Aqui.

E agora.



sábado, 25 de maio de 2013

Ai como santo chama gente...

Vim andando no caminho, linda morena
Santo Antônio me chamou
Ai, como santo chama gente, linda morena
Quem será que te mandou então?

Olerê, olerê, olerê
Lerê, lerê leá...

- canto popular

domingo, 19 de maio de 2013

Em fotos.

Todo ano eu faço uma faxina gigante no meu quarto onde tento mudar o maior número de coisas possíveis, desde decoração, a roupas, objetos, livros, pôsteres, etc.
Na parede roxa do meu quarto, tenho um quadro de fotos, que mudo todo ano.
É interessante.
Sempre que mudo o quadro de fotos, passo meio que por um processo interno de reflexão.
Algumas fotos eu mantenho, outras eu jogo fora e outras novas eu imprimo para colocar.
Começo então a refletir sobre a família, os amigos, as pessoas e os momentos que REALMENTE importam e significam algo pra mim.
Já tive muitas fotos com a mesma pessoas, fotos em grupo, fotos sozinha e até mesmo fotos sem mim.
É engraçado.
Engraçado perceber como a sua vida muda em um ano.
Pessoas que tinham muitas fotos comigo, esse ano não estão mais no quadro.
Outras pessoas ficaram com uma foto só.
Tem algumas fotos que são muito antigas, estão lá a quase 10 anos.
Outras de pessoas novas, que apareceram. Ou reapareceram.
Fotos de grupos grandes também estão lá. E pessoas que eu nunca mais vi, mas por algum motivo, estão na foto em grupo.
Pessoas entram e saem da nossa vida, contribuem, nos fazem felizes. Também nos magoam. Também se afastam.
Hoje descobri que meu quadro de fotos diminuiu significativamente.
Me coloquei a pensar o que isso quer dizer.

Que as pessoas mudam? 
Que eu mudei?
Que só ficaram os amigos verdadeiros realmente?
Que eu perdi amigos verdadeiros?
Ou que eu simplesmente estou "envelhecendo"?

Reparei também que apesar das fotos de amigos terem diminuídos, aumentaram o número de fotos com minha família.
Também aumentaram o número de fotos minhas, sozinha e em espetáculos teatrais.

Nesse momento da minha vida, acima de tudo, estou cuidando de mim, e pelo visto, isso se refletiu em meu quadro.
Me amando, me curtindo e me valorizando. Buscando me melhorar, me bajular.

Estou nesse momento reflexão.
Sonhos, pessoas, amores, prazeres, momentos, família.... auto estima.

Que as fotos que contem minha história, sejam belas.
Sejam felizes e contem verdades e não mentiras.

Eternas ou momentâneas. A vida é uma constante mudança.
Desapego sempre presente.

Um brinde à vida de gente.





quinta-feira, 18 de abril de 2013

A mentira de verdade

Gosto de arte.
Gosto de ser a arte e de ser tocada por ela.

Gosto de ver um filme que me faça refletir, gosto de me emocionar e também sentir.
Gosto de entender o tempo e a história. Quero questionar e ser pega de surpresa na hora de ir embora.
Quero dar risada no cinema com nossas bobagens mundanas.
Quero soltar um grito espontâneo e verdadeiro num filme de terror.
Quero chorar as dores da vida, me identificar. Quero ter empatia.
Quero um balde de pipoca e uma poltrona macia. Quero olhar do meu lado e encontrar companhia.
Ou não.
Quero estar lá, mesmo que sozinha.

Gosto dos desenhos.
Gosto de acreditar num mundo que não é o nosso.
Gosto de imaginar o incrível, e viver naquele mundo de criança.
Gosto dos contos, das histórias infantis que tratam nossa essência.
Aquela plena inocência.
Paciência.

Gosto dos livros.
Gosto de cheirá-los, namorá-los e abri-los.
Gosto de admirá-los na estante. Cada um com um mundo.
Um espaço tão pequeno pra guardar um tudo.
Gosto de rir sozinha.
Gosto de derrubar uma lágrima e a página molhar.
Gosto de grifar.
O chocolate quente, a coberta e em meu colo, aquele mundo diferente a brilhar.

Gosto do teatro.
Gosto de esperar abrir a cortina e imaginar o que haverá dentro.
Gosto das emoções ao máximo. Da vivacidade e da competência.
Gosto do grito pela vida, da emergência decidida.
Do desespero de viver e da energia nada contida.
Gosto de entender, questionar e participar.
Gosto de aplaudir de pé no final, e no olho de cada ator olhar.
Gosto de trocar.

Gosto de andar de metrô, sair na rua e um músico encontrar.
Gosto de ouvir o som que há.
Gosto de fuçar os bolsos e com uma moeda que seja, ajudar.

Gosto de atravessar a rua e malabarismo achar.
Conversar com as pessoas, ser, viver, estar.

Gosto de entrar em silêncio num museu.
Gosto de observar pinturas e obras, mesmo sem necessariamente decodificar.
Só sentir o lugar, o clima e os fantasmas...
Sempre a sussurrar.

Gosto de andar na rua e o fone de ouvido colocar.
Ver tudo colorido ou preto e branco.
Tudo cênico se tornar.

Gosto de fugir da realidade.
Gosto do gosto da mentira que conta a verdade.



sábado, 6 de abril de 2013

No dia a dia, na agenda.

des_cobertas 

ao invés da expectativa
possibilidades

se uma não der certo
haverá outra e outras
e ostras

e pérolas.

Líria Porto


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um pouco de ar

Arriscar-se a deriva
Como ela é diva
Mas pra que o prazer de caminhar justamente a beira-mar?

É definitivo
Doce como um aperitivo
Uma gota salgada pra uma vida safada

Aqueles dias da criança
Com ou sem aliança
Pé no chão pé no palco
Vale a pena um pouco de talco?

A maquiagem borrada
Água do mar salgada
Nadar e se afogar?
Mergulhar ou se salvar?

Deitar a cabeça
Respirar!
Não à tempo que aborreça
Talvez um pouco de ar

Aquele dia vai brincar
Um dia de cada vez
Brincar de escutar, ser, sentir, ali estar

Cantar, calar, chorar, festejar ou brindar
Absolutamente.
Continuamente.

Somente a se salvar.





De cinco em cinco...

Caminhou.
Estava escuro.
Com a lanterna enxergava apenas os próximos cinco passos, mas não via o caminho inteiro.
Tinha que acreditar que o caminho estava lá pra ela, mesmo não o enxergando completamente.
E assim foi caminhando, aos poucos.
De cinco em cinco passos, percorrendo a longa estrada.

Não era preciso enxergar o caminho inteiro, apenas os primeiros passos.
Mas devia-se acreditar que ele estaria lá pra prosseguir.