Quero gritar pela dor que me causa
Quero implorar que me afaste, por favor
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Quero pedir a luz, os caminhos, a benção
Quero sumir com as pequenas bolinhas coloridas que tanto me irritam
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Quero andar, correr e brilhar mais que nunca
Quero recuperar o que um dia se perdeu
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Quero ficar na rua e não ter que voltar mais
Não ter que esperar, testar ou renovar
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Quero me sentir tão bem a ponto de voar
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Cantar, brincar,
Não quero mutilar
Não quero partes cortadas
Todos os obstáculos parecem minúsculos se eu não tiver mais nada
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Que não exista dor
Nem cansaço
Que a fraqueza não ouse se aproximar
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É nesse momento que a gente volta a acreditar
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Quando nada do que tentamos faz efeito
Precisamos acreditar que tem alguém lá em cima, um Deus efêmero
A única esperança que temos.
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Lembranças que me assombram todo os dias
Me fazem duvidar da sanidade
De boa, média ou má vontade
Cala! Ajoelha e reza que já tá tarde.
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