Prazer.
Deitar na cama e escorregar os pés descalços no lençol.
"Um caminho que se percorre não com pernas, mas com coração. E onde o único desafio que vale, é percorrê-lo por inteiro."
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Quereres - quero e quero já
Sempre que começa um ano novo, eu procuro fazer uma lista de objetivos e coisas a realizar neste período curto de 12 meses. E infelizmente, normalmente acabo percebendo que consigo apenas realizar a metade da extensa lista.
O ano de 2008 para mim foi uma confusão geral. Foi o o ano que tinha TUDO para dar certo. Foi o ano em que eu comecei um milhão de planos, cheia de alegria. Porém, por conta do destino esses planos foram sendo tirados de mim: um por um. E acabou que fiquei meio insatisfeita.
Em troca desses planos arrancados, outras coisas muito interessantes surgiram para salvar meu ano (não vou citar aqui por serem coisas demais pessoais que só interessam a mim mesma e a mais ninguém).
Diria que 2008 foi um ano regular.
Frustrado para meus planos, mais com surpresas saborosas brotando aos poucos.
Quero muito mais de 2009.
________________________________________________________
Quero planos concretos realizados. E quero surpresas fortes.
Quero novidade. Quero vida.
Quero força.
Quero um grande foco e as bençãos de dionisio sob mim.
Quero ligação e quero energia.
Como gritaria um antigo diretor muito especial : '' Vamos lá gente! VOLUME! ENERGIA! ''
Quero muitas leituras.
Quero muito aprendizado.
Quero muito texto a decorar.
Quero muitos personagens pra entender.
Quero pernas para correr, voz para gritar.
Um travesseiro pra sonhar.
Uma realidade a transformar.
Pessoas pra comungar.
Cérebro pra lavar.
Corpo pra movimentar.
O impossível pra realizar.
Quero do gosto experimentar, da textura sentir.
Quero os sentidos abertos, os olhos fechados e a cor a sair.
Quero a disposição de todos. Quero indivíduos abertos ao meu redor.
Um ar pra respirar e um motivo pra existir.
O ano de 2008 para mim foi uma confusão geral. Foi o o ano que tinha TUDO para dar certo. Foi o ano em que eu comecei um milhão de planos, cheia de alegria. Porém, por conta do destino esses planos foram sendo tirados de mim: um por um. E acabou que fiquei meio insatisfeita.
Em troca desses planos arrancados, outras coisas muito interessantes surgiram para salvar meu ano (não vou citar aqui por serem coisas demais pessoais que só interessam a mim mesma e a mais ninguém).
Diria que 2008 foi um ano regular.
Frustrado para meus planos, mais com surpresas saborosas brotando aos poucos.
Quero muito mais de 2009.
________________________________________________________
Quero planos concretos realizados. E quero surpresas fortes.
Quero novidade. Quero vida.
Quero força.
Quero um grande foco e as bençãos de dionisio sob mim.
Quero ligação e quero energia.
Como gritaria um antigo diretor muito especial : '' Vamos lá gente! VOLUME! ENERGIA! ''
Quero muitas leituras.
Quero muito aprendizado.
Quero muito texto a decorar.
Quero muitos personagens pra entender.
Quero pernas para correr, voz para gritar.
Um travesseiro pra sonhar.
Uma realidade a transformar.
Pessoas pra comungar.
Cérebro pra lavar.
Corpo pra movimentar.
O impossível pra realizar.
Quero do gosto experimentar, da textura sentir.
Quero os sentidos abertos, os olhos fechados e a cor a sair.
Quero a disposição de todos. Quero indivíduos abertos ao meu redor.
Um ar pra respirar e um motivo pra existir.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Quatro coisas
Quatro coisas sobre mim, que pode ser que você saiba ou não, em nenhuma ordem especial.
Quatro trabalhos que tive em minha vida:
1. secretária de imobiliária
2. professora de teatro
3. atriz
4. palhaça
Quatro lugares em que vivi:
1. Minha casa antiga
2. Praia Grande
3. Casa da minha prima
4. Águas de lindoia
Programas de TV que assistia quando criança:
1. Chiquititas
2. Castelo Rá Tim Bum
3. Cavaleiros do Zodiaco
4. Cavalo de Fogo
Programas de TV que assisto:
1. HBO / HBO2 - para ver os pedaços que eu perdi
2. Miame Ink, troca de familias, extreme makeover - esses do people and arts
3. O Maravilhoso mundo de Disney
4. canal Brasil
Quatro lugares que estive e voltaria:
01. o skycoaster do hopi hari
02. cachoeiras perdidas
03. alguns palcos e algumas platéias...
04. Nordestina
Formas diferentes que me chamam:
01. Lívia
02. Lica
03. Xuxu
04. Primona
Quatro pessoas que te mandam e-mails todos os dias (ou quase):
01. o site vista-se
02. a primona
03. convites para espétáculos e workshops
04. vírus e gente convidando pra bailes funks etc... ¬¬
Quatro comidas favoritas:
01. Yakisoba Vegetariano
02. Macarrão da minha vó
03. pizza do glória, pizza de frigideira
04. arroz, feijão, hamburguer de soja, pepino, repolho, tomate e beringela.
Quatro lugares em que desejaria estar agora:
01. No teatro municipal de São Paulo!
02. Em uma viagem.
03. No topo de alguma montanha.
04. Procurando Wally
* Eu recebi isto por e-mail já faz algum tempo. Se você gostou, apague todas as minhas respostas e escreva as suas. Depois, envie isto para quem você quiser, e retorne para quem te enviou. Na teoria, você ficará sabendo um pouco mais sobre as pessoas que você conhece.*
Quatro trabalhos que tive em minha vida:
1. secretária de imobiliária
2. professora de teatro
3. atriz
4. palhaça
Quatro lugares em que vivi:
1. Minha casa antiga
2. Praia Grande
3. Casa da minha prima
4. Águas de lindoia
Programas de TV que assistia quando criança:
1. Chiquititas
2. Castelo Rá Tim Bum
3. Cavaleiros do Zodiaco
4. Cavalo de Fogo
Programas de TV que assisto:
1. HBO / HBO2 - para ver os pedaços que eu perdi
2. Miame Ink, troca de familias, extreme makeover - esses do people and arts
3. O Maravilhoso mundo de Disney
4. canal Brasil
Quatro lugares que estive e voltaria:
01. o skycoaster do hopi hari
02. cachoeiras perdidas
03. alguns palcos e algumas platéias...
04. Nordestina
Formas diferentes que me chamam:
01. Lívia
02. Lica
03. Xuxu
04. Primona
Quatro pessoas que te mandam e-mails todos os dias (ou quase):
01. o site vista-se
02. a primona
03. convites para espétáculos e workshops
04. vírus e gente convidando pra bailes funks etc... ¬¬
Quatro comidas favoritas:
01. Yakisoba Vegetariano
02. Macarrão da minha vó
03. pizza do glória, pizza de frigideira
04. arroz, feijão, hamburguer de soja, pepino, repolho, tomate e beringela.
Quatro lugares em que desejaria estar agora:
01. No teatro municipal de São Paulo!
02. Em uma viagem.
03. No topo de alguma montanha.
04. Procurando Wally
* Eu recebi isto por e-mail já faz algum tempo. Se você gostou, apague todas as minhas respostas e escreva as suas. Depois, envie isto para quem você quiser, e retorne para quem te enviou. Na teoria, você ficará sabendo um pouco mais sobre as pessoas que você conhece.*
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Feliz Natal !
domingo, 21 de dezembro de 2008
Num asilo de São Paulo...
Quantas pessoas você ajudou esse ano?
O que você fez pra uma pessoa que tenha menos recursos que você?
O que você espera da sua velhice?
Este ano pela primeira vez na minha vida eu visitei um asilo. Fui junto com o Colégio Pentágono e o ''Papai Noel''. As crianças do colégio particular levaram alguns presentes para os velhinhos carentes, mas o que eles mais gostavam não era os presentes. Eram os sorrisos, os abraços, os toques e as palavras.
Quando eu entrei fiquei chocada. Tantos velhinhos com pouca consciência indo pra cima de você. Sedentos por atenção. Uma palavra, um olhar.
No começo eu me assustei. Estava com medo deles. Eles eram humanos tão diferentes e peculiares. Simplesmente estranhos. Não tinham mais muita noção de nada.
Mas aos poucos fui me soltando e conversando com eles.
Várias vezes eu simplesmente, diante de alguns casos peculiares, segurava as lágrimas e ia pra algum cantinho isolado chorar.
Afinal, o que mais essas pessoas podem esperar da vida?
Elas ficam muitas vezes sozinhas, esperando a hora de comer, do banho e de dormir. Toda a vida já ficou pra trás. Esperando quem sabe a morte chegar.
Eu como atriz, não pude também deixar de reparar a quantidade de personagens extraordinários que havia ali. Todos com seus trejeitos e suas histórias para contar.
Observei e escutei muito. Abracei e troquei experiências.
Foi realmente intenso pra mim.
Eu estava ajudando a servir frutas para os velhinhos quando ouvi um choro muito intenso. Parecia um choro de bebê. Mas havia algo perturbador naquele som. Afinal, eu sabia que não poderia ser de um bebê, e era tão desesperador que fiquei até com medo de procurar de quem era. Foi talvez o caso que mais me chocou. Quando comecei a procurar dei de cara com essa senhora da foto, deitada em sua cama e gritando igual a um bebê.
Morrendo de medo eu chamei a enfermeira e ela disse: '' Não se preocupe não! É Normal! ''
Logo descobri que essa senhora era chamada de Xuxinha. Ela não podia se levantar, pois tinha os movimentos muito limitados, então passava a vida toda na cama. Essa senhora a muito tempo já perdera a consciência. Ela apenas fica deitada enquanto as pessoas colocam papinha na sua boca, e a limpam com panos úmidos todos os dias. Ela mal consegue abrir os olhos.
Sobre movimentos ela faz apenas um: leva sua mão até o rosto e retorna pra segurar a barra de segurança da cama (como na foto). E ela realiza esse movimento repetidamente e incansavelmente. É meio decadente de se ver. E ela chora. Então a enfermeira levantou sua camisola e esfregou a barriga dela com as mãos. Imediatamente o choro de bebe se transformou em uma risadinha de criança. E essa é a vida da Xuxinha, que já tem essa rotina no asilo há mais de vinte anos.
Quando a via não aguentei. Fiquei alguns minutos no banheiro enxugando as lágrimas.
Essa outra senhora da foto não me recordo o nome, mas me chamou atenção na hora de comer sua sobremesa: mamão amassadinho. Em sua cadeira de rodas, ela não parecia muito consciente. Na realidade me recordou muito um personagem de teatro, talvez do grupo Lume.
Sua fruta já havia acabado há muito tempo, mas ela continua fazendo o movimento de pegar a fruta com a colher enquanto se projetava para frente e para trás na sua cadeira de rodas.
Ela não falava, e tinha o olhar fixo no seu potinho. E tentava sem parar pegar um alimento inexistente ou invisível do potinho de sobremesas.
Já este dois velhinhos desta foto, estavam quietos e isolados num canto do asilo. Decidi ir lá conversar com eles.
Eu cumprimentei e abracei primeiro a senhora de rosto manchado, que retribuiu feliz com um sorriso. Ela tinha um ''tique'' de sempre ir pra frente e pra trás na sua cadeira, e também de esfregar as duas mãos enquanto fala. É perceptível que ela tem uma grande dificuldade em juntas as palavras para formar uma frase coerente. Quando cumprimentei o senhor japonês, ele só me estendeu a mão com bastante dificuldade, e eu disse: '' Boa tarde! Tudo bem com o senhor? ''. Mas pelo jeito ela já não conseguia mais falar, e começou a resmungar muito e com muita intensidade. Era óbvio que ele tentava falar, e queria muito se comunicar, mas não era possível entendê-lo.
A senhora ao lado, vendo que eu não entendia me deu um olhar do tipo '' Melhor deixar ele. Coitado. Essa é a nossa vida.''
Então comecei a conversar com a senhora. Ela tinha bastante dificuldade pra conversar, e se concentrava muito, mas mesmo assim era possível dialogar com ela. Ela me contou sobre sua vida. Trabalhava em uma fábrica de tecidos, e me contou muito sobre seu serviço: ela adorava. Seu marido já havia falecido, e ela estava neste asilo a nada mais nada menos que 30 anos. Ela me contou que tinha 5 filhos: 3 meninos e 2 meninas. Eu perguntei o nome dos filhos, mas ela não soube responder, disse que já tinha esquecido. Mas que tinha certeza que uma de suas filhas se chamava Eliana. Eu brinquei com ela, falando que era o mesmo nome da cantora e apresentadora Eliana. Ela então se confundiu, e eu ouvi ela contar pro outro senhor que a sua filha era cantora e apresentadora de TV.
Este senhor tinha os membros inferiores amputados e também não se comunicava muito bem verbalmente. Mas trazia algo em seu olhar que comunica uma criança dentro dele.
Muito alegre de nos receber, na cabeceira de sua cama guardava uma foto de ''Feliz 2006!'' onde ele e o Papai Noel haviam tirado uma foto juntos. A foto estava empoeirada num pequeno porta retrato, mas ele sorria ao olhar para nós e devolver o olhar para a foto. Ele era caminhoneiro. Havia passava metade de sua vida dirigindo na estrada. Contava com dificuldade, mas com muita alegria. Ele pediu para nós um radinho de pilha para ele ouvir suas músicas de caminhoneiro. Perguntei para a enfermeira se poderia comprar um rádio para ele e deixar lá. Ela me disse que ele já tem o rádio, mas que quando fica nervoso ele sempre o joga contra a parede, então pediu para que não comprássemos o tal radinho. Também pudera, quem não ficaria com vontade de jogar um rádio na parede tento as duas pernas amputadas e vivendo na cama de um asilo dia após dia?
Essa senhora era realmente uma digna princesa. Da foto não dá pra ver muito bem, mas sua marca registrada é uma coroinha prateada que usa todos os dias. Diferente dos outros acima ela até que tem boa saúde e consciência. Quando tirei esta foto ela estava cantando e dançando para as visitas, para mostrar o quanto de alegria de viver ela ainda tem.
Suas roupas são todas coloridas, e sua risada é reconhecível a distância.
Este senhor poderia ser um bebê se não fosse pelos seus 80 anos de idade.
Ele tem um quê de quem vê tudo pela primeira vez. Muito interessado em tudo, ficou simplesmente encantado quando mostrei sua foto na câmera digital.
Soltou uma risada fraquinha.
Ele carrega sempre esse olhar. Meio espantado e admirado com as coisas.
Ele olha dessa forma para uma foto digital, para seu café da manhã, para sua cama e para suas roupas.
Como se fosse tudo uma impressionante novidade.
Esta foi a ultima com quem eu conversei.
Ela é simplesmente extraordinária! Foi a senhora que eu passei mais tempo conversando.
Ela está no asilo há mais de 30 anos, é solteira e não tem filhos.
Ela diz que nunca se casou porque nunca quis se casar e ''só''.
Muito simpática, gostava muito de receber beijinhos e abraços. Quando eu mostrei a foto da câmera pra ela, ela se assustou e disse: ''Nossa! Como eu estou velha!''. Eu brinquei com ela e disse: '' Velha nada! A senhora tá ficando é cada vez mais bonita! ''
Esses são apenas alguns casos das centenas que conheci no asilo em que visitei. Haviam (a maioria) os que amavam os presentinhos dados pelas crianças: dois pares de meias e um potinho de talco (presente requisitado pelos enfermeiros), e haviam também os que não gostavam, não queriam conversar e eram mal humorados: esses não podíamos forçar a barra.
Muitos dos velhinhos estavam lá desde que o asilo abriu há cinquenta anos e muitos muitos mesmo nos agarravam implorando por balas (diabéticos) e por alguns cigarros.
Eu não parava de pensar que estas pessoas eram pessoas comuns. Caminhoneiros, jogadores de futebol (campeão do São Paulo que ama ler Agatha Christie), donas de casal, viúvas e trabalhadores regulares. Não podia deixar de pensar que talvez eles nunca tivessem imaginado esse fim pra suas vidas. E quem me garante que esse não será um fim futuro pra minha vida?
Incrível foi ver o modo como as crianças do Pentágono interagiam com os velhinhos: sem medo algum, demonstrando muito interesse e alegria.
O que você fez pra uma pessoa que tenha menos recursos que você?
O que você espera da sua velhice?
Este ano pela primeira vez na minha vida eu visitei um asilo. Fui junto com o Colégio Pentágono e o ''Papai Noel''. As crianças do colégio particular levaram alguns presentes para os velhinhos carentes, mas o que eles mais gostavam não era os presentes. Eram os sorrisos, os abraços, os toques e as palavras.
Quando eu entrei fiquei chocada. Tantos velhinhos com pouca consciência indo pra cima de você. Sedentos por atenção. Uma palavra, um olhar.
No começo eu me assustei. Estava com medo deles. Eles eram humanos tão diferentes e peculiares. Simplesmente estranhos. Não tinham mais muita noção de nada.
Mas aos poucos fui me soltando e conversando com eles.
Várias vezes eu simplesmente, diante de alguns casos peculiares, segurava as lágrimas e ia pra algum cantinho isolado chorar.
Afinal, o que mais essas pessoas podem esperar da vida?
Elas ficam muitas vezes sozinhas, esperando a hora de comer, do banho e de dormir. Toda a vida já ficou pra trás. Esperando quem sabe a morte chegar.
Eu como atriz, não pude também deixar de reparar a quantidade de personagens extraordinários que havia ali. Todos com seus trejeitos e suas histórias para contar.
Observei e escutei muito. Abracei e troquei experiências.
Foi realmente intenso pra mim.
Eu estava ajudando a servir frutas para os velhinhos quando ouvi um choro muito intenso. Parecia um choro de bebê. Mas havia algo perturbador naquele som. Afinal, eu sabia que não poderia ser de um bebê, e era tão desesperador que fiquei até com medo de procurar de quem era. Foi talvez o caso que mais me chocou. Quando comecei a procurar dei de cara com essa senhora da foto, deitada em sua cama e gritando igual a um bebê.
Morrendo de medo eu chamei a enfermeira e ela disse: '' Não se preocupe não! É Normal! ''
Logo descobri que essa senhora era chamada de Xuxinha. Ela não podia se levantar, pois tinha os movimentos muito limitados, então passava a vida toda na cama. Essa senhora a muito tempo já perdera a consciência. Ela apenas fica deitada enquanto as pessoas colocam papinha na sua boca, e a limpam com panos úmidos todos os dias. Ela mal consegue abrir os olhos.
Sobre movimentos ela faz apenas um: leva sua mão até o rosto e retorna pra segurar a barra de segurança da cama (como na foto). E ela realiza esse movimento repetidamente e incansavelmente. É meio decadente de se ver. E ela chora. Então a enfermeira levantou sua camisola e esfregou a barriga dela com as mãos. Imediatamente o choro de bebe se transformou em uma risadinha de criança. E essa é a vida da Xuxinha, que já tem essa rotina no asilo há mais de vinte anos.
Quando a via não aguentei. Fiquei alguns minutos no banheiro enxugando as lágrimas.
Essa outra senhora da foto não me recordo o nome, mas me chamou atenção na hora de comer sua sobremesa: mamão amassadinho. Em sua cadeira de rodas, ela não parecia muito consciente. Na realidade me recordou muito um personagem de teatro, talvez do grupo Lume.
Sua fruta já havia acabado há muito tempo, mas ela continua fazendo o movimento de pegar a fruta com a colher enquanto se projetava para frente e para trás na sua cadeira de rodas.
Ela não falava, e tinha o olhar fixo no seu potinho. E tentava sem parar pegar um alimento inexistente ou invisível do potinho de sobremesas.
Já este dois velhinhos desta foto, estavam quietos e isolados num canto do asilo. Decidi ir lá conversar com eles.
Eu cumprimentei e abracei primeiro a senhora de rosto manchado, que retribuiu feliz com um sorriso. Ela tinha um ''tique'' de sempre ir pra frente e pra trás na sua cadeira, e também de esfregar as duas mãos enquanto fala. É perceptível que ela tem uma grande dificuldade em juntas as palavras para formar uma frase coerente. Quando cumprimentei o senhor japonês, ele só me estendeu a mão com bastante dificuldade, e eu disse: '' Boa tarde! Tudo bem com o senhor? ''. Mas pelo jeito ela já não conseguia mais falar, e começou a resmungar muito e com muita intensidade. Era óbvio que ele tentava falar, e queria muito se comunicar, mas não era possível entendê-lo.
A senhora ao lado, vendo que eu não entendia me deu um olhar do tipo '' Melhor deixar ele. Coitado. Essa é a nossa vida.''
Então comecei a conversar com a senhora. Ela tinha bastante dificuldade pra conversar, e se concentrava muito, mas mesmo assim era possível dialogar com ela. Ela me contou sobre sua vida. Trabalhava em uma fábrica de tecidos, e me contou muito sobre seu serviço: ela adorava. Seu marido já havia falecido, e ela estava neste asilo a nada mais nada menos que 30 anos. Ela me contou que tinha 5 filhos: 3 meninos e 2 meninas. Eu perguntei o nome dos filhos, mas ela não soube responder, disse que já tinha esquecido. Mas que tinha certeza que uma de suas filhas se chamava Eliana. Eu brinquei com ela, falando que era o mesmo nome da cantora e apresentadora Eliana. Ela então se confundiu, e eu ouvi ela contar pro outro senhor que a sua filha era cantora e apresentadora de TV.
Este senhor tinha os membros inferiores amputados e também não se comunicava muito bem verbalmente. Mas trazia algo em seu olhar que comunica uma criança dentro dele.
Muito alegre de nos receber, na cabeceira de sua cama guardava uma foto de ''Feliz 2006!'' onde ele e o Papai Noel haviam tirado uma foto juntos. A foto estava empoeirada num pequeno porta retrato, mas ele sorria ao olhar para nós e devolver o olhar para a foto. Ele era caminhoneiro. Havia passava metade de sua vida dirigindo na estrada. Contava com dificuldade, mas com muita alegria. Ele pediu para nós um radinho de pilha para ele ouvir suas músicas de caminhoneiro. Perguntei para a enfermeira se poderia comprar um rádio para ele e deixar lá. Ela me disse que ele já tem o rádio, mas que quando fica nervoso ele sempre o joga contra a parede, então pediu para que não comprássemos o tal radinho. Também pudera, quem não ficaria com vontade de jogar um rádio na parede tento as duas pernas amputadas e vivendo na cama de um asilo dia após dia?
Essa senhora era realmente uma digna princesa. Da foto não dá pra ver muito bem, mas sua marca registrada é uma coroinha prateada que usa todos os dias. Diferente dos outros acima ela até que tem boa saúde e consciência. Quando tirei esta foto ela estava cantando e dançando para as visitas, para mostrar o quanto de alegria de viver ela ainda tem.
Suas roupas são todas coloridas, e sua risada é reconhecível a distância.
Este senhor poderia ser um bebê se não fosse pelos seus 80 anos de idade.
Ele tem um quê de quem vê tudo pela primeira vez. Muito interessado em tudo, ficou simplesmente encantado quando mostrei sua foto na câmera digital.
Soltou uma risada fraquinha.
Ele carrega sempre esse olhar. Meio espantado e admirado com as coisas.
Ele olha dessa forma para uma foto digital, para seu café da manhã, para sua cama e para suas roupas.
Como se fosse tudo uma impressionante novidade.
Esta foi a ultima com quem eu conversei.
Ela é simplesmente extraordinária! Foi a senhora que eu passei mais tempo conversando.
Ela está no asilo há mais de 30 anos, é solteira e não tem filhos.
Ela diz que nunca se casou porque nunca quis se casar e ''só''.
Muito simpática, gostava muito de receber beijinhos e abraços. Quando eu mostrei a foto da câmera pra ela, ela se assustou e disse: ''Nossa! Como eu estou velha!''. Eu brinquei com ela e disse: '' Velha nada! A senhora tá ficando é cada vez mais bonita! ''
Esses são apenas alguns casos das centenas que conheci no asilo em que visitei. Haviam (a maioria) os que amavam os presentinhos dados pelas crianças: dois pares de meias e um potinho de talco (presente requisitado pelos enfermeiros), e haviam também os que não gostavam, não queriam conversar e eram mal humorados: esses não podíamos forçar a barra.
Muitos dos velhinhos estavam lá desde que o asilo abriu há cinquenta anos e muitos muitos mesmo nos agarravam implorando por balas (diabéticos) e por alguns cigarros.
Eu não parava de pensar que estas pessoas eram pessoas comuns. Caminhoneiros, jogadores de futebol (campeão do São Paulo que ama ler Agatha Christie), donas de casal, viúvas e trabalhadores regulares. Não podia deixar de pensar que talvez eles nunca tivessem imaginado esse fim pra suas vidas. E quem me garante que esse não será um fim futuro pra minha vida?
Incrível foi ver o modo como as crianças do Pentágono interagiam com os velhinhos: sem medo algum, demonstrando muito interesse e alegria.
Cartoon
Você já viu as novas revistinhas estilo mangá da ''Turma da Mônica Jovem'' ??
É bem legal... E divertido! Matei a saudade da época em que eu lia gibis...
Eu tinha duas caixas enormes cheias de gibis embaixo da cama... O gibi da turma da mônica foi a primeira coisa que eu gostei de ler.
Me inspirei tanto que desenhei a Magali e o Cascão jovens... =)
É bem legal... E divertido! Matei a saudade da época em que eu lia gibis...
Eu tinha duas caixas enormes cheias de gibis embaixo da cama... O gibi da turma da mônica foi a primeira coisa que eu gostei de ler.
Me inspirei tanto que desenhei a Magali e o Cascão jovens... =)
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Reflexozinho de dezembro
Muita coisa na cabeça ultimamente.
O Natal vai chegando... Final do ano... E fica no ar aquela sensaçãozinha estranha e muito dificíl de descrever. Tão difícil que não vou nem tentar. Você sabe do que eu estou falando.
Mas o ano que vem está aí... Com uma promessa de ser um ano bem melhor do que 2008, pelo menos para mim.
Esse ano não foi muito bom pra mim. Tá... Estou sendo muito ingrata, eu sei! Mas é disso que se trata não é? A vida? A gente quer sempre mais. Eu sei que eu sou assim.
Luto pra alcançar um objetivo a todo custo. E quando depois de muito luta finalmente alcanço, ele já não vale muito pra mim, e já tenho outra coisa em mente. Eu sei! É meio impossível viver feliz dessa forma. Mas eu vivo! Acredite! Você começa a perceber que conseguir essas coisas já não são tão importantes, e vê que a melhor parte é mesmo correr atrás.
E muito bom é você olhar pra trás e ver os tantos objetivos que você já alcançou.
O Natal vai chegando... Final do ano... E fica no ar aquela sensaçãozinha estranha e muito dificíl de descrever. Tão difícil que não vou nem tentar. Você sabe do que eu estou falando.
Mas o ano que vem está aí... Com uma promessa de ser um ano bem melhor do que 2008, pelo menos para mim.
Esse ano não foi muito bom pra mim. Tá... Estou sendo muito ingrata, eu sei! Mas é disso que se trata não é? A vida? A gente quer sempre mais. Eu sei que eu sou assim.
Luto pra alcançar um objetivo a todo custo. E quando depois de muito luta finalmente alcanço, ele já não vale muito pra mim, e já tenho outra coisa em mente. Eu sei! É meio impossível viver feliz dessa forma. Mas eu vivo! Acredite! Você começa a perceber que conseguir essas coisas já não são tão importantes, e vê que a melhor parte é mesmo correr atrás.
E muito bom é você olhar pra trás e ver os tantos objetivos que você já alcançou.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Tattoo a la sonho.
Eu adoro tatuagens.
Sempre quis fazer uma.
Na adolescência eu fiz um pacto comigo mesma: farei uma tatuagem no dia que completar meus dezoito anos.
É. Os dezoito anos chegaram e nada.
Você vai me falar: - Mas Lívia, porque? Se você tem tanta vontade faça sua tatuagem!
Porque? Por um simples motivo.
Alguém me disse um dia que teatro requer sacrifícios. Constantes.
Pois é.
Imagine eu fazendo um personagem de época, ou até mesmo qualquer personagem com uma bela tatuagem a la Lívia nas costas?
Muita gente vai falar: Faça! Não tem problema não!
E muita gente vai falar: Lívia, espere.... Não faça ainda! Você pode se prejudicar.
Hoje eu sonhei que fiz uma tatuagem lindíssima. Que simbolizava uma guerra entre vontades. Com dois ''seres'' lutando, e várias flores lindas em volta. Era enorme. Ia dos meus braços, pro lado esquerdo das minhas costas e descia até a minha cintura. Linda.
Mas teatro requer sacrifícios. E eu não tenho coragem de arriscar. Pelo menos hoje.
Mas a vontade tá grande... Grande...
Mas quem sabe um dia....
Sempre quis fazer uma.
Na adolescência eu fiz um pacto comigo mesma: farei uma tatuagem no dia que completar meus dezoito anos.
É. Os dezoito anos chegaram e nada.
Você vai me falar: - Mas Lívia, porque? Se você tem tanta vontade faça sua tatuagem!
Porque? Por um simples motivo.
Alguém me disse um dia que teatro requer sacrifícios. Constantes.
Pois é.
Imagine eu fazendo um personagem de época, ou até mesmo qualquer personagem com uma bela tatuagem a la Lívia nas costas?
Muita gente vai falar: Faça! Não tem problema não!
E muita gente vai falar: Lívia, espere.... Não faça ainda! Você pode se prejudicar.
Hoje eu sonhei que fiz uma tatuagem lindíssima. Que simbolizava uma guerra entre vontades. Com dois ''seres'' lutando, e várias flores lindas em volta. Era enorme. Ia dos meus braços, pro lado esquerdo das minhas costas e descia até a minha cintura. Linda.
Mas teatro requer sacrifícios. E eu não tenho coragem de arriscar. Pelo menos hoje.
Mas a vontade tá grande... Grande...
Mas quem sabe um dia....
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