"Um caminho que se percorre não com pernas, mas com coração. E onde o único desafio que vale, é percorrê-lo por inteiro."


sexta-feira, 28 de março de 2008

Já não existem...

A matemática dos meus dias já se foram...
Agora só restou a poesia.Carro que corre, telefone que toca, bicicleta que voa...
Voa através do tempo em busca de alguma infância perdida.

E o telefone volta a tocar, me chamando de volta para a realidade. Pronta pra falar o textinho decorado '' Bom dia! No que posso ser útil? ''... Mas era uma gravação. Foi registrado um atraso no pagamento, a gravação de voz feminina falou do outro lado da linha.

A ferrugem dos meus dias passa rápido por meus olhos em preto e branco.
Brindo as dores e a alegria, brindo com a água da torneira ao nosso pão de cada dia.

Depois de muito sacrifício, e de ter passado por tantas mãos a mulher dá o dinheiro ao padeiro. Já passou por tantas mãos... O dinheiro ou a mulher? Dizem que há uma ligação entre essas duas palavras. Ou talvez, palavras já não existam.

Quem sabe isso tudo não passa de um devaneio?
Algumas letras em uma combinação esquisita... Meia noite e nove no relógio e o tempo passa. Passa rápido como um pássaro voando, ou caindo depois de levar um tiro. Cai muito rápido. Cai brincando assim como o tempo brinca com o nosso mundo. Ou talvez, o tempo já não exista.
Vejo sonhos ao redor, e o cobrador dormindo no ônibus. Ônibus que me leva ao meu destino. Destino esse que a cigana leu na minha mão por dois reais na estação.Ou talvez, as palavras, o tempo, o dinheiro, a cigana e minhas mãos, já não existam...

Duas



E precisa dizer alguma coisa?
Fazemos qualquer momento se tornar especial...
Até mesmo xixi antes da peça... rs
Amo! =P

CYMBELINE ARRASOU!

Quanto mais eu penso mais eu percebo a sorte que tive de conseguir um ingresso dessa forma tão fácil. 10 ingressos separados pro grupo do NAC Santo André, que tem 16 pessoas. Que sorte ligarem pra mim primeiro!

Cymbeline foi incrível, e muito impressionante.

Muita energia! Muito ritmo!



Uma forma que eles encontram de adaptar Shakespeare sem perder seu contexto. Fiquei apaixonada!

Muito engraçado e muito dramático! Personagens realmente muito bem construídos e magníficos. A música ao vivo arrasou!

A linguagem que eles usaram, a estética do espetáculo, o cenário... A concepção!!


Muito bom...
Eu pensei que as legendas iriam atrapalhar, mas foi super normal! Só usei as legendas de vez em quando...

E sim gente! É verdade! O ator que interpretou Cymbeline realmente comeu o lanche farofeiro de patê de atum que eu fiz pra Carla comer no intervalo da peça!!! Kkkkkkkkk!!! Hilário!!! =)

quinta-feira, 27 de março de 2008

Tolerância

As pessoas são diferentes.
Não tem jeito.
Isso é um fato.
Pensam e agem diferente de você.

Calma.
Não devemos esquecer a tolerância.
Paciência.
Respira, conta até 10 e começa de novo.

Opiniões que se enfrentam, pessoas que se provocam.
Guerra que surge.
Chega! Calma, espera um pouco que a gente resolve tudo.

Agora é sério!
Para de gritar!
EU JÁ FALEI PORRA!!
PARA DE GRITAAAAARR!

Isso não se resolve assim.
Somos seres humanos, embora muitas vezes não nos comportamos como humanos deveriam se comportar.
As vezes agimos realmente como animais. Porém já não me entendo, afinal, animais são dóceis! Agem de acordo com a cadeia alimentar! Caçam pra comer e pra sobreviver. Diferente do homem, que briga por brigar e caça por prazer.
Nós somos os verdadeiros ''animais''.

NÓS.
A verdadeira raça dotada de ''inteligência'', que faz questão de guardá-la num lugar bem escondido de seus preciosos cérebros e não usá-la nunca.

Newton já dizia: toda ação gera uma reação.
A sociedade não se responsabiliza pelo que ela cria.
Ladrões, vagabundos e políticos hipócritas no poder.
Temos que ter cuidado.
Nós fazemos monstruosidades e criamos monstros.

Tolerância...
de acordo com o dicionário:

1 Qualidade de tolerante.
2 Ato ou efeito de tolerar, de admitir, de aquiescer.
3 Direito que se reconhece aos outros de terem opiniões diferentes ou até diametralmente opostas às nossas.
4 Boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.
(...)

Imagine agora um mundo ''tolerante''.
Onde se respeita e se reconhece a opinião dos outros.
Onde os problemas possam ser discutidos e resolvidos por palavras, e não por gritos e violência.

Tolerância... ah, se todos pudessem realmente conhecer o significado dessa palavra...


terça-feira, 25 de março de 2008

Ela

Essa Ela a quem me refiro
Não é aquela com quem sonho e convivo
É uma que mal conheço
Que mal sinto...

Como dar a ela um pouco de mim?
Como colocá-la em outros momentos?
Quem é que surge? Quem é que aparece?
Já existia antes. E como mágica renascerá.
Será?

Sandra, Rita, Joana.
Carla, Camila, Lívia.
Vitória, Perda ou Conquista...

A ti dou meu coração.
Nego minha crença.
Dôo meu corpo e minha alma
Godot vale tanto assim?
Vale. Assim quer acreditar.
Segurando firme o chão por onde pisa.
Empurrando o ar que respira
Enchendo o peito para forma tomar
É muita história em poucas palavras!

Fugindo.
Mas sem passar...
Esperando Godot chegar
Para com ele,
Nada de mim e tudo de mim levar!


Por Carla Marco

Cymbeline, de Shakespeare

Quinta feira tá chegando....

Tô cheia de expectativa, ansiosa e feliz por conseguir o ingresso!! hehehehe!!!


''O British Council, em parceria com o SESI, traz para o Brasil a companhia de teatro britânica Kneehigh para apresentar Cymbeline, de Shakespeare, dirigida e adaptada por Emma Rice, diretora da Cia. Kneehigh, que é uma premiada companhia de teatro de Cornwall.''


''Cymbeline é uma produção arrebatadora, atordoante, com seu estilo físico que faz seus atores dançarem através de invasões, desentendimentos, intimidade e traições, com muita poesia, música ao vivo e toques de loucura. Nunca a confusão foi tão prazeirosa e surpreendente. É como uma colcha de retalhos de medos, sonhos e memórias, uma estória notável que descreve um longo dia no qual demônios são enfrentados, verdades são reveladas e ameaças são combatidas.
Com 2h25' de duração e legendas em português, os destaques da montagem brasileira são a presença de música ao vivo e um cenário de mais de uma tonelada, composto por uma grande estrutura metálica tubular e gradeada com mais de 5 metros de altura e 4.88 de largura.''




Quando assistir ponho minha opnião... tô feliz! quero assistir!!

Profissão de risco (Blow)

Mais uma vez Johnny Depp me surpreende...

Como é possível? É perfeito! Que atuação, que história...

Assisti ontem pela segunda vez o filme ''Profissão de Risco''. Surpreendende. Uma história real...


Sinopse: História verídica baseada na vida de George Jung, condenado a 60 anos de prisão e ainda com mais 15 anos pela frente, "Profissão de Risco" segue a turbulenta jornada de um jovem no perigoso mundo do tráfico de drogas, durante o crescimento da cultura "sexo, drogas e rock'n roll" nos Estados Unidos dos anos 70. Ambicioso, George Jung (Johnny Depp) nunca gostou da idéia de tornar-se um construtor como seu pai (Ray Liotta) e passar o resto da vida em Boston. Assim, deixou cedo a casa dos pais para tentar a sorte no sul da Califórnia.Nas praias ensolaradas e lotadas de gente à procura de diversão, Jung percebe a facilidade de vender maconha e vê uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro para manter-se.

Barbara, sua namorada, o apresenta a Derek Foreal (Paul Reubens), um fornecedor local. George torna-se traficante conhecido na região. É então que um amigo de outro estado lhe faz uma ótima proposta para distribuir a erva em outras partes do país. Jung busca fornecedores maiores, e estabelece uma boa conexão no México. Logo todos estão ganhando mais dinheiro do que previam.George está feliz e satisfeito quando, finalmente, é pego com 300 quilos da droga e condenado a cinco anos de prisão. Ele está disposto a cumprir sua pena, mas descobre que Barbara está com uma doença grave, e decide fugir para o México para cuidar da namorada. Ao retornar aos Estados Unidos, Jung é preso.Na prisão, George conhece Diego Delgado (Jordi Molla), colombiano ligado aos cartéis de drogas, que o apresenta a Pablo Escobar (Cliff Curtis), o chefão bilionário do tráfico internacional.

Quando sai da prisão, Jung firma com Escobar uma parceria para distribuir 85% da cocaína consumida nos Estados Unidos e faturar um milhão de dólares por semana.A cocaína explode como uma bomba no país. Durante aquele período, todo mundo passou a usar a droga, de músicos e atores a empresários e políticos. Logo George e Diego estão tão ricos que não têm mais lugar para guardar tanto dinheiro.No círculo das grandes festas, Jung conhece Mirtha (Penelope Cruz), uma mulher tão bela quanto determinada, com quem casa-se e tem uma filha. Mais uma vez, George está vivendo a vida de seus sonhos quando sua sorte muda. Derek e Diego o traem.Vendo aproximar-se o fim de sua carreira no tráfico, Jung decide abandonar o negócio e dedicar-se apenas a sua filha. Mas, sair do tráfico é bem mais difícil do que entrar. George começa a enfrentar obstáculos muito maiores do que imaginava. Os amigos, a família e os parceiros desaparecem. Sua vida torna-se um pesadelo.

O ator

Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano. Tornem um homem duro ou cínico.

O suficiente para fazê-lo indiferente às desgraças e alegrias coletivas,

Sempre haverá no seu coração por minúsculo que seja, um recanto suave, onde ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu em sua vida.

Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo da sua sensibilidade.

E por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia essa grotesca forma de autodestruição.

A que por desencanto ou medo se sujeita. E por aí inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.

O ator tem esse dom.

Ele tem o talento de atingir as pessoas nos pontos onde não existem defesas.

O ator, não o autor ou o diretor tem esse dom.

Por isso o artista de teatro é o ator.

O publico vai ao teatro por causa dos atores.

Os autores e diretores são bons na medida que dão margem a grandes interpretações.

Mas o ator deve se conscientizar de que é um cristo da humanidade, e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva.

Ele tem que saber que pra ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios.

É preciso coragem, muita humildade e, sobretudo um transbordamento de amor fraterno, para abdicar da sua própria personalidade em favor de seus personagens, com a única intenção de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas pretendem com seus códigos de ética.

Amo o ator nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão.

Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele como viajante solitário sem a bússola da fé ou da ideologia é obrigado a vagar pelos labirintos de sua
mente procurando, no seu mais secreto intimo, afinidades com as distorções de seu personagem.

Amo o ator mais ainda quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, oferecendo seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade, para expor, sem nenhuma reserva, toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado.

Amo o ator que se empresta por inteiro para expor a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu publico se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor, que tem de ser construído pela harmonia e pelo amor.

Amo o ator que sabe que a única recompensa que pode ter não é o dinheiro, nem o aplauso, mas a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos.

Amo o ator que sabe que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros, pois nada registra e nem documenta a sua grandeza.

Amo o ator e por eles amo o teatro, e sei que é por eles que o teatro é eterno e jamais será substituído ou superado por qualquer arte que tenha que se valer de uma técnica mecânica.


Plinio Marcos

sexta-feira, 21 de março de 2008

Fico Feliz!

2008 está finalmente engatado pra mim...
e indo muito, muito bem!! Aliás, é apenas o começo!

novas casas, novos grupos, novos e antigos projetos em andamento...
novas e antigas idéias tomando forma...

Muito gás! Muita energia!

Apesar dos ''probleminhas dos processos'', fico contente ao perceber que estou evoluindo e aprendendo. Melhorando e me corrigindo.

Muito, muito obrigado!


Evoé!!!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Estamos esperando Godot...

''O que há para reconhecer? Toda a minha vida eu chafurdei na lama e você me falando de cenografia! Olha esse esterco, eu nunca saí daqui! (...)




Eu mijei toda a mijada da minha vida aqui! No país da merda! Você e sua paisagem... Porque não me fala dos vermes?''


'' Não se pode fazer nada.''



''A gente é o que é''


'' Não adianta resistir''
'' O essencial é não mudar nunca''



'' Nada a fazer.''



'' Não vamos perder tempo com discussões inúteis! Vamos fazer alguma coisa, já que temos essa oportunidade. Neste momento, neste lugar, a humanidade inteira se resume a nós, queiramos ou não. Vamos fazer o melhor que pudermos, antes que seja tarde demais! Vamos representar com dignidade, pelo menos uma vez, o papel que um destino cruel nos reservou. O que é que você me diz? É evidente também que, se ficarmos de braços cruzados, sem fazer nada, pensando os prós e os contras, também faremos justiça a nossa condição. Mas a questão não é essa. O que estamos fazendo aqui, essa é a questão. E nessa imensa confusão, uma coisa é cristalina:



estamos esperando Godot.''

Samuel Beckett



- Estamos todos apenas esperando godot...

terça-feira, 18 de março de 2008

O Quarto...

''O quarto que guarda tudo
que guarda nada
que guarda um quarto de vida''


No quarto fica despejado tudo o que lá jogamos
e que ele acolhe sem reclamar
Papéis, tintas, livros, plumas, roupas, textos, e tantas outras bugigangas...

No quarto encontramos o sagrado espelho
aquele em que nos olhamos todas as manhãs
as boas, as ruins, as bonitas, as mal-humoradas, feias, chatas, e descabeladas...

Nos cantos do quarto espalhamos segredos
aqueles que só ele sabe
junto com os momentos sagrados, que só mesmo o quarto presenciou...

No quarto fica o ''entra e sai''do dia-a-dia
que se perde nas montanhas de papéis do calendário do ano passado
que está jogado em algum canto do quarto...

No quarto sobra a saudade
aquela saudade de quando ali dormia e brincava uma criança,
uma criança que não imaginava as mudanças que ocorreriam no futuro...
No quarto fica o sono
e os sonhos que liberamos todas as vezes
que encostamos a cabeça no travesseiro ou na almofada em cima da cama...
No quarto falta a faxina
e sobra a bagunça...
As idéias que ali surgiram e se realizaram
e também as que em algum lugar do tempo se perderam...
No quarto agora, no fundo do guarda roupa restam apenas os brinquedos
alguma roupa de criança, ou algum ursinho
tudo o que sobrou da infância dorme ali...

No quarto a gente tranca o que quer
coisas boas e ruins, no quarto a gente se tranca
quando nem mesmo nós nos aguentamos...

No quarto agora fica o sentimento
as idéias sem sentido
e o sentido perdido...


'' um quarto de vida...''

segunda-feira, 17 de março de 2008

Charlie Chaplin... o garoto

''Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido''

Charlie Chaplin


Sexta passada, fazendo uma pesquisa, assisti um filme que não saiu mais da minha cabeça. É claro que eu já conhecia o homem, mas sua genialidade me espanta a cada momento.

''O Garoto'' foi talvez o filme mais sutil e encantador que eu já assisti. É simplesmente mágica a maneira com que Charlie Chaplin atua, e como depois de muitos anos, seus filmes ainda encantam tanta gente.

Tudo neste filme me emocionou muito... Uma trilha sonora perfeita também composta por Chaplin, o roteiro, a fotografia, a atuação...

É a beleza da simplicidade. É a sutiliza. É o olhar, e a verdadeira beleza de uma grande atuação.

Pesquisando, li que alguns dizem que o filme tem uma sensibilidade tão grande entre o vagabundo e o menino, devido ao fato do filho rescém nascido de Chaplin ter morrido no começo das gravações...

Chaplin era dono de um toque a mais. Algo indescritível que fica estampado em seus filmes. Uma doçura, um cuidado... Algo simplesmente magnífico, que ninguém nunca consiguirá imitar, algo de dentro de seu espírito que fica visível no resultado de seus trabalhos. Algo que marca para sempre, algo para sempre lembrar.

''Um filme com um sorriso, e talvez uma lágrima...''